João Pedro Yazaki
Crítica: 'Ama-me', da Netflix, é drama turco pouco potente
Atualizado: 11 de jan. de 2022

No embalo de diversificar o catálogo com produções internacionais, a Netflix inseriu um novo filme turco no catálogo estrelando Sarp Akkaya. O ator ficou conhecido por interpretar um pai autista no polêmico O Milagre da Cela 7, muito popular no Brasil. O filme da vez é Ama-me e chegou ao serviço de streaming nesta sexta-feira, 19 de novembro.
Acompanhamos a história de um guarda de prisão, Sedat, que possui a tarefa de levar um dos presidiários, Musa, de volta a sua cidade natal, para que possa finalmente conhecer sua filha já crescida, uma vez que ele fora preso quando a menina ainda era um bebê. O filme nos mostra um pai tentando se redimir com a memória da falecida esposa, ao mesmo tempo que deseja se aproximar da filha, que jamais teve a oportunidade de conhecê-lo.
A narrativa segue uma estrutura tradicional, onde mescla passado e presente através do depoimento de Sedat à polícia turca, sobre o desenrolar da visita de Musa. Ainda assim, a história consegue ser pouco previsível e conta com uma reviravolta bastante interessante. No final das contas, o filme prende a atenção. Do seu jeito, mas prende.
Entretanto, isso só acontece depois de longuíssimos 40 minutos iniciais entediantes. A história demora muito para engatar, além dos personagens terem pouco carisma. Por conta disso, o começo é chato e maçante, sendo muito fácil de se desconectar e querer fazer outra coisa.
O potencial da história de ser algo impactante e emocionalmente profundo, como é proposto, pouco se concretiza ao longo do filme. Ao invés de desenvolver os personagens centrais, o roteiro foca em fatos irrelevantes para a narrativa, gerando gordura para algo que poderia ser muito mais simples.
Embora o enredo não seja genérico e realmente cause impressões positivas no ato final, percebe-se que carece de profundidade. As duas horas de duração, unidas à falta de carisma dos personagens, fazem de Ama-me um filme muito mais monótono do que emocionante. O drama tem potencial para entregar uma história envolvente, mas peca muito na execução das ideias. Pelo menos, foge um pouco do senso comum e tem alguns bons momentos após a metade. Dá para assistir.

