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  • Bárbara Zago

Crítica: 'Gloria Bell' é emocionante jornada de autoconhecimento


Quando falamos de um remake, é instantâneo pensar que o filme original foi filmado há pelo menos 10 anos. No caso de Sebastián Lelio, diretor do premiado Uma Mulher Fantástica, a decisão foi refilmar um longa produzido por ele mesmo em 2013. Trazendo uma versão norte-americana de um filme latino, Gloria Bell conta a história de uma mulher na faixa dos 60 anos de idade, divorciada, que costuma ir em festas sozinha e acaba conhecendo um homem, que terminou seu casamento há pouco tempo. O filme poderia ser facilmente sobre uma jovem de 20 anos, afinal a idade não é um limitador de nada, e Lelio nos prova isso muito bem.

Interpretada brilhantemente por Julianne Moore, atriz vencedora do Oscar por Para Sempre Alice, Gloria é uma mulher independente em todos os sentidos: financeiro e afetivo. Divorciada há 12 anos, em momento algum dá a entender que precisa de um homem para se sentir completa. Sua personalidade é construída de maneira crescente, tornando impossível não sentir uma certa admiração por ela -- ainda mais se estivermos falando de uma mulher. Ainda que autossuficiente, Gloria enfrenta a solidão de ter seus filhos relativamente distantes e uma vida a um. Durante uma de suas idas à festas, conhece Alfred (John Turturro), por quem se encanta imediatamente. No entanto, ele não é tão bem resolvido consigo mesmo quanto Gloria, e isso inevitavelmente reflete no relacionamento dos dois.

Gloria Bell se propõe a acompanhar a vida da protagonista sem uma pretensão de apresentar uma história com fórmulas já batidas, com começo, meio e fim previsíveis. São em pequenos gestos que o espectador vai se aproximando de Gloria, e sentindo empatia por ela. Com um ótimo gosto musical, o que parece estranho no início, é prazeroso depois vê-la cantando à canções clássicas no carro. A mulher que vimos na tela poderia ser qualquer uma de nós, e essa é a maior beleza do longa.

Ainda que outros atores como Michael Cera (Superbad), Sean Astin (O Senhor dos Anéis) até o próprio Turturro (O Grande Lebowski) estejam bem, quem de fato sustenta o filme é Moore. Sua atuação é tão natural que enxergamos a própria Gloria. Além de tudo, a personagem não deixa de ser uma inspiração para todas as mulheres; durante uma jornada de autoconhecimento que é sua própria vida, a protagonista faz questão de se colocar como prioridade, mesmo que apresente inseguranças e fraquezas em determinados momentos.

 

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