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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Santos de Todos os Gols' é presente para santistas


Lina Chamie é uma diretora de cinema que tem se especializado, cada vez mais, em documentários esportivos. Dentre outras coisas, se saiu muito bem com o ótimo São Silvestre e com Santos 100 Anos de Futebol Arte, que registra parte da história do clube litorâneo. Agora, ela volta a visitar a história do time para focar em algo mais específico, e talvez mais importante: o gol. Em Santos de Todos os Gols, Chamie se debruça em entrevistas com jogadores e torcedores para entender a magia da bola batendo na rede.

Assim como a leva de documentários que tem povoado o cinema recentemente, com filmes sobre São Paulo, Paysandú e Chapecoense, Santos de Todos os Gols é um documentário assumidamente clubista, obviamente. O foco são as glórias do time do litoral de São Paulo, ainda que gols perdidos e derrotas apareçam aqui e acolá.

Assim, para os santistas, este longa-metragem é um presente divertidíssimo e, por vezes, emocionante. Ou seja: não é um presente qualquer que, logo depois, você joga numa prateleira qualquer, nos fundos da memória. Pelo contrário. É aquele regalo lindamente embalado, com uma bela fita de cetim, e que você fica até com dó de jogar a embalagem fora. As entrevistas funcionam, as imagens de arquivo são bem escolhidas.

Chamie, como a boa diretora que é, também ousa em alguns momentos. Dentro dos 85 minutos do longa-metragem, há sequências em que ela deixa a câmera estática no campo, deixando que o espectador saboreie a cena e se sinta dentro de uma partida. Há um momento, especialmente interessante, em que a diretora coloca músicas orquestrais para tocar enquanto jogadores driblam e fazem gols. É, de fato, balé na tela.

No entanto, por mais que o filme faça os olhos dos santistas brilharam, ele é padrão, como todos os documentários que existem por aí. Entrevista, arquivo, entrevista, arquivo. Há alguns momentos de criatividade, como o balé em campo, mas fica só nisso. É, de novo, o documentário que fica preso, de maneira quase inconsciente, numa fórmula que não existe. Por qual motivo todos documentaristas se prendem nisso? É medo? É ordem da produção executiva? Não é possível. Difícil achar algo que saia disso.

Mas enfim. Santos de Todos os Gols é um bom filme, com boas entrevistas, que deve encantar todos os torcedores santistas -- e, vez ou outra, aqueles que se empolgam com o bom futebol, independente do clube. É uma boa análise sobre o significado do gol, o sentimento que isso gera. Futebol é arte. E as imagens desse documentário só comprovam isso mais uma vez.

 

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