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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Sequestrando Stella', da Netflix, é suspense com ritmo e clichês


Stella (Jella Haase) é uma jovem, filha de pais ricos, que é sequestrada por Tom (Max von der Groeben) e Vic (Clemens Schick). O método da dupla de criminosos é o mesmo já visto em muitos filmes e séries por aí: enfia rapidamente a vítima numa van, coloca amarrada num lugar ermo, usa máscaras assustadoras e segue todos os procedimentos básicos de um sequestro. No entanto, revelações no meio do caminho fazem com que o crime não saia como o esperado, entrando numa seara perigosa.

Esta é a trama de Sequestrando Stella, suspense alemão que chegou nesta sexta-feira, 12, no catálogo da Netflix. Dirigido por Thomas Sieben (do interessante drama A Represa), o filme instiga. Afinal, a situação que é armada ali é desafiadora o suficiente para manter a atenção do espectador ao longo dos quase 90 minutos de duração. Há algumas reviravoltas, principalmente, que trazem um tempero a mais e impedem que o longa-metragem se perca em devaneios. É um filme de sequestro. E ponto final.

No entanto, para conduzir a trama, Sieben se vale de uma série de clichês complicados. São artimanhas narrativas que filmes como 3096 Dias de Cativeiro, O Sequestro e até mesmo O Quarto de Jack já usaram. É a relação entre sequestrador e vítima, a conquista pela arma, a personalidade dissonante entre os criminosos e por aí vai. São elementos que causam uma sensação de familiaridade com a trama e que, de alguma maneira, diminuem o impacto do filme. Ele é mais familiar, logo também é mais genérico.

Há uma outra questão interessante a ser discutida sobre os sequestradores e a vítima. Curiosamente, o personagem de Tom é bem mais amigável e empático do que a vítima Stella. Ainda que Jella Haase (que cresceu desde Lollipop Monster) seja uma atriz que se entrega, sua personagem é que possui menos camadas. Há pouco para se identificar aqui. O sequestrador de Clemens Schick (par romântico de Wagner Moura em Praia do Futuro) também é unidimensional. Só o de Max von der Groeben vai além.

Seu personagem, afinal, é o principal pivô da revelação bombástica e, a partir daí, começa a viver um dilema extremamente humano, complexo e empático. Qualquer espectador, a partir de determinado ponto, se coloca no papel do sequestrador e pensa como ele agiria na situação em que está. É interessante, difícil de solucionar e desafiador. Pena que também tenha uma conclusão um tanto quanto genérica. E detalhe: Sieben não soube dirigir a cena final de luta. É muito mal feita e coreografada.

Dessa forma, Sequestrando Stella é um filme agridoce. Agrada quem busca um divertimento rápido e barato, lembrando vários outros filmes de sequestro por aí. Mas quem quer uma produção marcante, com características originais, vai se decepcionar. Não há nada muito criativo aqui, apesar de uma ou outra reviravolta que pode surpreender e agradar todos os tipos de público. Um típico filme três estrelas. É bom, mas nem tanto. Agrada, mas nem todo mundo. Surpreende, mas é difícil de lembrar.

 

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