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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: ‘Vende-se Esta Casa’ já é um dos piores filmes do ano


Esta crítica está sendo escrita em meados de fevereiro. Ou seja: o ano ainda tem mais dez meses e centenas de filmes para estrearem nos cinemas. No entanto, um longa já entrou de cabeça na lista de piores do ano, mesmo com tanto tempo pela frente: o péssimo Vende-se Esta Casa, produzido e distribuído pela Netflix. Sem história, sem suspense, sem emoção, o filme se vende como um thriller, mas não passa de mais um erro crasso do famoso serviço de streaming.

A história não surpreende: um adolescente (Dylan Minnette, de 13 Reasons Why) e sua mãe (Piercey Dalton) passam por uma grave tragédia familiar. Querendo curar a dor, eles acabam indo para a casa de interior da tia da família. Só que o local, que está à venda e recebe a visita de potenciais compradores aos domingos, é cheia de coisas estranhas e vira alvo de um psicopata. Nada diferente de Hush, A Invasora, Os Estranhos e Bata Antes de Entrar.

A direção de Vende-se Esta Casa fica a cargo dos jovens cineastas Matt Angel e Suzanne Coote, que nunca tinham comandado nenhum longa-metragem -- ela dirigiu um curta, além de ter sido produtora assistente de As Bem-Armadas; ele, enquanto isso, dirigiu um filme para TV e atuou como coadjuvante em um ou outro episódio de séries, como CSI: Nova York e Grimm. Ou seja: deram um filme da Netflix para uma dupla sem qualquer tipo de grande experiência.

Isso é visível na tela. Além da premissa genérica e que ressoa em uma dezena de outros filmes do gênero, Vende-se Esta Casa tem problema de ritmo, atuações, direção, roteiro, edição. Nada funciona. A atuação de Dylan Minnette está razoável no começo, mas logo vai perdendo vigor -- afinal, o astro de 13 Reasons Why deve ter percebido a bomba na qual se meteu. Piercey Dalton, atriz de curtas, está apagada. Só Patricia Bethune, a vizinha, que se sobressai um pouco.

O grande problema, porém, é a completa falta de tensão para um filme que se propõe a ser um thriller. Num erro conjunto de direção, roteiro, edição e trilha sonora, os momentos de suspense são desperdiçados com efeitos sonoros fora de hora e que causam uma pequena apreensão que nunca se concretiza. A história também insere elementos narrativos -- como a habilidade esportiva do protagonista -- que não fazem sentido algum para a história e nem afetam o resultado.

Ah, e o final é um dos mais pouco climáticos do cinema de suspense. Alfred Hitchcock já dizia que é preciso entregar uma recompensa aos espectadores no final de seus filmes. Afinal, você não quer passar nervoso para não ter um final minimamente feliz, não é? Só que a dupla de diretores ignora isso em Vende-se Esta Casa e criam um final sem sentido, sem resolução, sem recompensa alguma ao espectador. É decepcionante para quem viu os 90 minutos de projeção.

Vende-se Esta Casa é um filme sem propósito, sem graça, sem tensão, sem suspense. Não serve para seu fim e faz o espectador desperdiçar 90 minutos de sua vida num longa que, sem dúvidas, vai entrar para a lista de piores de 2018. Quer assistir um bom filme de tensão na Netflix? Veja O Presente, Hush, Contratempo, Os Outros. Mas, se aparecer Vende-se esta casa nas suas sugestões, faça que nem Dylan Minnette fez no filme todo: saia correndo e nem olhe para trás.

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