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  • Domenico Minervino

Em novo livro, Lobão ataca Chico, Gil e Caetano; confira trechos


Esse texto tem o objetivo maior de ser informal. Nem era para existir para falar a verdade. Mas está sendo criado a partir desse momento, letra por letra, e nada mais é do que um “mais do mesmo”, como diria Renato Russo, de um anterior presente aqui no Esquina sobre o cantor e compositor Lobão.

No primeiro artigo, o leitor pôde se interar sobre o lançamento do Guia politicamente incorreto dos anos 80 pelo Rock. Como eu disse lá, uma obra bem escrita, abrangente, necessária. Por quê? Porque consegue retratar um período mágico do rock brasileiro, uma década fértil em criatividade, genialidade e talento.

Interessante, justamente, por ser narrada por esse artista que fez parte de tudo isso, do começo ao fim. Pode-se amá-lo ou detestá-lo, a escolha é sua. Lobão é e sempre foi polêmico. Em atitudes e declarações. Em posições e escolhas. Pode-se não concordar com ele, mas nem sempre está errado. Pare e escute o que ele tem para falar. Muitas vezes está com a razão, enquanto em outras, não.

Depois que foi lançado o primeiro artigo, nós aqui do Esquina nos surpreendemos com tantos acessos, comentários, discussão e indignação dos leitores, principalmente pelo trecho em que Lobão fala de Maria Bethânia. Então, fui escalado para um segundo (como nos filmes da década de 80, a segunda parte era sempre a missão) com o objetivo de pinçar mais passagens polêmicas do guia. Abaixo, você lerá algumas delas.

Deixo claro que são retiradas da obra, onde Lobão se torna uma metralhadora giratória que não poupa ninguém, nem Caetano, Gil, Chico, Roberto Carlos, cinema brasileiro, Rede Globo, enfim...

Sobre Chico: “Lembro da minha sensação quando ouvi ‘Cálice’ pela primeira vez: tive vontade de vomitar” – página 35.

Sobre Liminha (produtor musical): “Foi ele, Liminha, que engavetou o soberbo violão do recôncavo baiano de Gilberto Gil, substituindo-o por uma guitarrinha levemente sem-vergonha. Junte-se a isso o agravante de ter o disco uma sonoridade totalmente copiada do Earth, Wind & Fire e o desastre ficará completo” – página 74.

Sobre a esquerda brasileira citando Chico: “E nosso Chico Buarque é, nada mais, nada menos, que a encarnação, a síntese dessa pau molenguice” – página 75.

Sobre Roberto Carlos: “Lança um disco ecológico e muda de visual! Aparece com uma pena ridícula na orelha e comete mais um disco mequetrefézimo” – página 432.

Sobre Caetano Veloso: “E Caetano Veloso? Caetano comete Estrangeiro! Uma platitude modernosa produzida por Arto Lindsay e Peter Sherer e ouvir o disco nos faz perguntar quais seriam os misteriosos desígnios de alçar um trabalho desses a um patamar tão desproporcionalmente alto? Com aqueles barroquismos e aliterações tediosos, aquela pretensão de vanguarda mofada, enfim, o disco é uma verdadeira porcaria” – página 433.

Sobre Os Tribalistas: “Era uma espécie de tropicalismo com baixíssimos teores. Enquanto o range de suspeita sobre o real valor tropicalista varia entre o canalha e o gênio, o do tribalista varia entre o idiota e o maluquinho” – página 450.

Por essas e outras, o livro é imperdível. Somente Lobão para mexer com a pasmaceira musical brasileira atual. Vida longa ao lobo, mesmo que você não faça parte de sua alcateia.

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