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  • Foto do escritorTamires Lietti

Fall Season 2017: 'The Good Doctor' ainda vai dar o que falar


De Norman Bates a Dr. Shaun, é impossível falar de The Good Doctor sem antes falar de Freddie Highmore. Precisamos falar de Freddie Highmore. Talvez você já saiba de quem eu estou falando, talvez não. Pois bem. Lembra do Charlie, do incrível remake de A Fantástica Fábrica de Chocolate? É ele. Faz a gente se sentir velho, não é mesmo? Charlie Bucket cresceu, apareceu e se tornou um baita ator, que deu vida ao psicótico Norman Bates em Bates Motel e virou a página completamente voltando para as telinhas americanas como um doutor um tanto quanto diferente na nova série da ABC.

Vale ressaltar que o novo drama da emissora é assinado por ninguém menos que David Shore, o showrunner de House. Só aí já dá pra esperar boas surpresas. Em The Good Doctor, Dr. Shaun é um médico jovem que demonstra, logo no piloto, uma excelência fora da curva. Acontece que a excelência e o tato especial de Shaun como médico dialoga diretamente com a condição do personagem, que demonstra ser um empecilho e alvo de inúmeros preconceitos advindos de outros personagens que a série nos apresenta: Shaun é autista e portador da Síndrome de Savant. Sim, um cirurgião autista com a sensibilidade à flor da pele, é disso que a série trata. Bem curioso, não?

O piloto da série é um eterno vaivém extremamente interessante que me conquistou sem que fosse necessário rodar os 42 minutos do episódio de estreia. Nos primeiros minutos, além de conhecermos Shaun, conhecemos Dr. Glassman, que entrou na vida de Shaun quando ele ainda era pequeno. Em flashbacks rápidos, porém recheados de informações cruciais para entendermos o personagem principal da série, vemos Shaun ainda criança sendo alvo de crianças malvadas no colégio, de um pai furioso e incompreensivo e de um irmão que parece ser o porto seguro dele.

São nesses flashbacks que entendemos a relação de Dr. Glassman com o cirurgião autista. É ele quem decide levar Shaun para a vaga no hospital San Jose St. Bonaventure e é ele que precisa defender a necessidade das qualidades de Shaun no grupo de médicos preconceituosos do local. Enquanto o conselho de profissionais se reúne, o episódio nos mostra o primeiro ato heroico do personagem de Highmore e a primeira vida salva por ele. A cena é tensa e linda, digna de aplaudir o doutor de pé. Sugiro que vejam, não posso falar mais sobre sem dar spoilers. Em meio a isso, as cenas são cortadas para o hospital, onde uma equipe egocêntrica tentar convencer Glassman de que um médico autista não é uma boa ideia. É um episódio piloto extremamente bem amarrado e com a dose certa de tensão e sensibilidade.

Por mais que o S01E01 de The Good Doctor não tenha nos mostrado muito de Shaun exercendo medicina (a cena que mencionei acima já vale por tudo), é interessante perceber que todas as vezes que Shaun pensa, há desenhos gráficos na telinha que demonstram como ele está pensando, medicamente falando. É um recurso bacana, não lembro de ter visto muito disso em outras séries de TV. Apenas uma pitadinha a mais em um episódio organicamente excelente.

A dificuldade de comunicação do personagem é um tanto quanto desesperadora e eu passei o piloto todo temendo por quando ele seria maltratado por alguém dentro daquele hospital repleto de médicos que se acham superiores a ele e mal sabem com quem estão lidando. Sou dessas que se relaciona, sente amor, emoção e pena quando gosta de um personagem e é impossível não se apaixonar por Dr. Shaun. Fui completamente conquistada pela simplicidade como ele vê o mundo e as complexidades da medicina, do mundo corporativo e do dia a dia cercado de pessoas que nem sempre querem seu bem. Mesmo com suas síndromes, ele parece tirar de letra.

O personagem de Freddie é o ditado americano “Kill them with kindness” (“Mate-os com bondade", ao pé da letra) em forma de protagonista na TV. Enquanto todos estão carregados e nervosos numa rotina onde precisam se provar uns melhores que os outros, Shaun só se importa em salvar vidas. Resumindo, ele é o único que se importa com aquilo que realmente importa.

Fazia tempo que eu não me pegava ansiosa por um novo episódio como me peguei essa semana, esperando o S01E02 de The Good Doctor. Acho que desde This Is Us, da fall season de 2016, isso não acontecia. E ah, a série teve uma estreia tão boa que já garantiu temporada completa encomendada pela ABC! Então, se eu pudesse dar uma dica nesse início de bombardeio de novas séries, diria para apostar em Dr. Shaun. Apesar de novos nomes como a intrigante Absentia também terem me conquistado, nenhum personagem, até agora, se mostrou mais adorável que o de Highmore.

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