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  • Foto do escritorMatheus Mans

Marcos Valle fala sobre ritmos, carreira e 'Previsão do Tempo'


Depois de lançar recentemente um disco de inéditas, o cantor e compositor Marcos Valle decidiu voltar-se para si próprio e para seu passado. Para isso, ele irá lançar o vinil de seu icônico álbum Previsão do Tempo, com duas apresentações no SESC Pompéia, em São Paulo. O movimento de Valle é curioso e chama a atenção. Afinal, mais do que estar lançando um álbum em vinil, ele está resgatando um trabalho da década de 1970 e que traz um Marcos Valle distante da Bossa Nova e sentindo o terreno do pop e de baladas.

"A ideia de lançar o vinil de Previsão do Tempo partiu da própria gravadora. Este é um disco muito procurado, que lancei inicialmente por uma gravadora americana, e que os fãs consideram como um dos melhores da minha carreira", contextualiza Marcos Valle em entrevista ao Esquina. "É um disco de muita importância e que merece esse espaço."

Décimo álbum da carreira de Valle, Previsão do Tempo contém 12 faixas e algumas delas ficaram imortalizados na memória da cultura popular brasileira. Flamengo até Morrer e Samba Fatal, por exemplo, trazem toda a versatilidade do artista. É possível, ali, encontrar influências do psicodélico, do samba, da Bossa Nova e até do jazz. Já em Os Ossos do Barão, que foi tema de novela homônima, é possível encontrar um Valle bem dançante e pop, influência direta da época em que ele viveu nos Estados Unidos.

"Eu passeio por esses gêneros todos por serem minhas influências. Meu estilo é esse. E, no momento atual, eu me vejo jogando tudo. Tá tudo misturado", explica o cantor ao Esquina. "Tudo isso é importante no estilo da minha música, seja Bossa Nova, jazz, psicodélico, funk. Então, no momento, decidi visitar e revisitar tudo. Assim, como há algum tempo eu visitei meu lado mais MPB e Bossa Nova, agora decidi me voltar ao pop e ao dançante. Hoje, eu me vejo juntando tudo, relembrando esse meu estilo."

Apesar de ser eclético, porém, logo surge uma dúvida ao ver a atual dedicação de Valle ao pop e ao ritmo mais dançante: será que ainda tem espaço para a Bossa Nova, mesmo sem Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto? Ainda há brechas para que esse estilo, tão marcante nas décadas de 1960 e 1970, encontre brechas na criação de artistas contemporâneos? Ou será que é um gênero que ficou preso ao seu passado?

O cantor e compositor de Samba de Verão responde. "Vários ritmos e gêneros que vieram depois da bossa-nova tomaram influência do ritmo. Assim, não tem quem, ao pegar um violão no Brasil, não tenho influência da Bossa Nova e, principalmente, de João Gilberto", afirma Valle, categórico. "Existem artistas mais novos que têm essa influência e nem percebem! Então, eu acho que não tem quem escape disso. Não existe, hoje, exclusivamente bossa-novistas. Mas existe a geração que mistura as coisas."

E para quem vai ao show no SESC Pompeia, segundo Valle, pode esperar uma apresentação "apaixonada". "É maravilhoso e muito importante revisitar um disco que fez parte da minha carreira. E eu nunca revisitaria um álbum desse de maneira displicente. Tive o maior cuidado e o maior prazer ao fazer os arranjos, reconstruir o disco", afirma. "Como é bom revisitar aquilo. Quero agradar o público e a mim mesmo."

SERVIÇO:

O que? Marcos Valle lança vinil de 'Previsão do Tempo'. Quando? Dias 20 e 21 de julho de 2019, sábado às 21h, domingo às 18h.

Quanto? R$30 (inteira); R$15 (estudantes, servidores da rede pública de ensino, aposentados, pessoas com 60 anos ou mais, pessoas com deficiência) e R$9 (trabalhadores do comércio, serviços e turismo credenciados no Sesc e dependentes) Onde? Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.

 
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