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  • Foto do escritorMatheus Mans

'Alfabeto do Samba' homenageia, com ilustrações, grandes nomes do gênero


O projeto Alfabeto do Samba, desde 2016, está circulando por São Paulo e Rio de Janeiro com uma exposição interessantíssima. Nela, 100 diferentes ilustradores criaram releituras de grandes figuras do samba, como Adoniran Barbosa, Benito di Paula e Cartola, visando resgatar a memória desses e de outros artistas, além de comemorar os 100 anos do samba completos no ano retrasado.

Agora, o projeto dá novos passos. Além da exposição, os seus criadores estão em busca de financiamento coletivo no Catarse para lançar o Alfabeto Ilustrado da História do Samba, livro que reúne as ilustrações que circularam na exposição. “A ideia é ter uma obra perene que contará visualmente a história do samba de forma lúdica e única”, diz Redson Pereira, coordenador do projeto.

Dentro do livro, será possível encontrar obras de ilustradores brasileiros importantíssimos, como Zhion, Arthur Duarte, Elvis Mourão e Dexter, retratando obras de artistas diversos e das mais variadas vertentes do samba -- desde Candeia, passando por Beth Carvalho e Dudu Nobre e indo até bambas um tanto quanto esquecidos, como a mítica Tia Ciata e o genial Geraldo Pereira.

Abaixo, a entrevista que o Esquina realizou com Redson Pereira sobre o Alfabeto Ilustrado da História do Samba:

Esquina da Cultura: Como surgiu a ideia do projeto? Como foram escolhidos os artistas retratados, os ilustradores?

Redson Pereira: A ideia surgiu em comemoração aos 100 anos do samba, no caso do primeiro samba oficialmente gravado no Brasil (Pelo Telefone, Donga, 1916) a partir dos registros existentes na Biblioteca Nacional. Queríamos homenagear os grandes personagens que fizeram parte desta história, reverenciar o samba e resgatar a importância do gênero como expressão cultural brasileira.

A partir de uma conversa com um amigo, tivemos a ideia de retratar estes personagens através do olhar de artistas e ilustradores, mas com um detalhe que seria o diferencial do projeto: um artista com que tivesse o nome com a letra A ilustraria um personagem que começa com a letra A, B com B e assim sucessivamente até a letra Z.

Fizemos uma curadoria e convidamos os melhores e mais influentes ilustradores do país e, para a nossa grande surpresa, a maioria aceitou participar logo de cara. Tínhamos em mente que o projeto seria totalmente colaborativo e por este motivo foi possível viabilizá-lo sem edital ou patrocínio desde o início.

Esquina: Atualmente, vocês estão com um projeto de um livro no Catarse. Qual a expectativa de vocês com relação ao projeto?

RP: Sim estamos para lançar nossa campanha de financiamento coletivo para produzir o livro que será intitulado o Alfabeto Ilustrado da História do Samba, onde as pessoas poderão apoiar contribuindo com o projeto e assim garantir recompensas exclusivas. Com todo este conteúdo que reunimos para o livro, a ideia é ter uma obra perene que contará visualmente a história do samba de forma lúdica e única, pelo olhar de seus principais personagens e momentos no decorrer destes 100 anos. O livro será produzido em parceria com o Museu do Samba, o maior centro de referência da memória do samba que trabalha pela conservação e preservação de sua história. Teremos também as informações e links dos artistas e ilustradores participantes, contando com o apoio do Ideafixa, o maior portal de design e criatividade do Brasil. Juntando arte, música e coletividade, nosso objetivo é projetar a cultura do samba para as futuras gerações.

Esquina: Alguns dos artistas retratados nos cartões estão esquecidos por grande parte das pessoas, como Benito di Paula, Candeia e Geraldo Pereira. Como você encaram isso? O projeto de vocês também ajuda a reavivar a memória das pessoas com esses artistas?

RP: Exatamente. Foram lembrados grandes nomes da história do samba como Adoniran Barbosa, Beth Carvalho, Cartola, Noel Rosa, Zeca Pagodinho, mas também outros personagens nem sempre lembrados, mas que também tiveram sua contribuição nestes 100 anos. A cozinheira e mãe de santo Tia Ciata, onde em seu quintal nasceram os primeiros sambas; compositores das primeiras décadas como Ismael Silva, Sinhô, Pixinguinha; também personagens de outros berços como Geraldo Filme, Paulo Vanzolini, Batatinha, Riachão, Nelson Rufino representantes do samba da Bahia, entre outros nomes.

Além de retratar estes personagens que fazem parte da nossa história, um objetivo do projeto é realizar a entrega da obra aos artistas homenageados. Nós já tivemos a honra e privilégio de entregar para alguns deles, como Alcione, Fabiana Cozza e Nelson Sargento. A ideia é continuar homenageando principalmente aqueles ainda vivos, pois como pede a música de Nelson Cavaquinho: me dê as flores em vida!

Esquina: Pensam em outros projetos para aumentar ainda mais o número de sambistas retratados?

RP: Fechamos esta edição do livro em 100 artistas e 100 homenageados, fazendo uma conceituação com os 100 anos do samba. Mas pensamos que possam existir próximas edições, com novos personagens sendo retratados contemplando nomes que tenham ficado fora desta primeira edição.

Esquina: Como vocês veem o Alfabeto do Samba daqui pra frente? Qual o futuro do projeto?

RP: Nosso desejo agora é continuar com a exposição, passeando por outras cidades pelo Brasil (até o momento ficamos apenas entre São Paulo e Rio de Janeiro), continuar com nossa campanha de financiamento coletivo para o livro, talvez encontrar alguma editora que possa nos ajudar a produzir. Além disso, continuaremos realizando as entregas das homenagens aos artistas retratados.

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