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  • Foto do escritorMatheus Mans

Análise: Com HBO Max, fecho se cerca ao redor da Netflix


Os anos de ouro da Netflix duraram mais do que o esperado. A empresa, que surgiu com a inovação de levar conteúdos originais de cinema e TV a um toque do controle remoto, tornou-se sinônimo de assistir filmes no conforto de casa. Agora, pouco se fala de DVDs, Blu-Rays e até mesmo de pirataria. No entanto, os anos de pouca concorrência estão chegando ao fim. Depois da Disney oficializar seu próprio serviço de streaming, chegou a vez da Warner ampliar competição dura que Ted Sarandos virá a enfrentar no futuro.

O HBO Max é o streaming da Warner, que leva junto no balaio os conteúdos de HBO, Cartoon Network, TNT, CNN, New Line e DC. Ou seja: além das produções da própria Warner, como Invocação do Mal e Harry Potter, a nova plataforma contará com títulos como Friends, Um Maluco no Pedaço, Pretty Little Liars e Game of Thrones. Bem difícil de não agradar alguém. Por fim, a empresa ainda confirmou que vai produzir séries e filmes sob medida para a plataforma -- os chamados "originais". Pois é.

Com lançamento nos Estados Unidos marcado para o início de 2020, o HBO Max deverá chegar quase junto com o Disney+ -- com grande estreia marcada para o fim de 2019 nos EUA. Há de se considerar, também, que os conteúdos de todas essas empresas envolvidas também deixará a Netflix em todo o mundo. A própria empresa comandada por Sarandos já anunciou que Friends sai do catálogo no começo do ano. E isso deverá se repetir em efeito dominó, em todos os países do mundo em que o serviço chegar.

É, sem dúvidas, o momento da Netflix se provar. Afinal, há uma análise a ser feita sobre esse cenário que se desenha. Existirão, pelo menos, quatro grandes serviços de streaming: HBO Max, Disney Plus, Amazon Prime Video e Netflix -- considerando, ainda, que HBO Go se dissolva ou, ainda, seja apenas um serviço para assinante de TV à cabo.

Será que as pessoas vão pagar pelos quatro serviços, simultaneamente? Se cada um custar R$ 30, será R$ 120 mensais. E isso sem considerar plataformas paralelas, como o Hulu, Mubi e afins. Será muita coisa. Aí, surge a outra questão central: na hora de cortar um ou dois serviços, será que a Netflix que irá sobreviver na conta do lápis? Os preços estão cada vez mais altos, as produções originais cada vez mais ruins. No âmbito das séries, hoje, talvez só Stranger Things e La Casa de Papel tenham força de público.

Assim, como já dito no texto da Disney+, ressalto: a Netflix precisa se mexer, rapidamente, para voltar a produzir bons conteúdos originais. E a empresa já está mais do que ciente disso, claro. Com o fracasso de Operação Fronteira na plataforma, Sarandos já ordenou que a estratégia seja repensada. Mais do que conteúdos grandiosos, a empresa precisa encontrar filmes e séries que gerem um engajamento feroz. Sem isso, como bater Harry Potter, Friends, The Office, Marvel, Star Wars?

Pode-se dizer, com certeza, que 2020 será um ano interessante para o mercado de serviços de streaming. A Netflix vai ter que sair do conforto, se provar, encontrar meios de encantar seu público como fazia antigamente com produções como House of Cards, Orange is the New Black e afins. Do jeito que anda, com produções de comédia romântica juvenis, Bird Box e outras bombas, será difícil bater de frente. O público vai querer esses conteúdos, sim. Mas, talvez, não pelos meios tradicionais e legais. A Netflix vai ter que encontrar um jeito das pessoas manterem a assinatura. E não será fácil.

 

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