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  • Domenico Minervino

Baú dos games: relembre 'River Raid', clássico do Atari


Plataforma: Atari 2600

Produtor: Activision

Outras Plataformas: Intellivision, Playstation 2, Xbox 360, PC

Continuações: River Raid II

Número de jogadores: 1-2

“Os menores são levados a se aprofundar no papel de um combatente intransigente e agente de aniquilação. Ele oferece às crianças uma educação paramilitar. Conduz a cãibras físicas, raiva, agressividade, a pensamentos erráticos e dores de cabeça” – Departamento Federal de Escritos Nocivos para Jovens – Alemanha, 19 de dezembro de 1984.

A censura é que leva a ignorância ou é a ignorância que gera a censura? Sim, nesse caso cabe a pergunta. Dezoito anos se passaram até que River Raid, da Activision, fosse retirado do índex alemão e liberado para uso. Foi o primeiro no mundo a ser proibido com a alegação entre aspas apresentada acima.

O mais incrível é pensar que até o Muro de Berlim caiu antes, em 1989. Que os dois lados, Oriental e Ocidental, se unificaram formando um único país, que a Guerra Fria havia acabado e que a plataforma Atari não existia fazia muito tempo, mas o jogo continuava marginalizado. Provavelmente estava guardado secretamente ou sendo jogado por algum censor, ocupado em obter a maior pontuação possível.

Criado por Carol Shaw, o game é mais um título clássico da década de 1980. O objetivo é pilotar um avião que sobrevoa, na vertical, um rio e destruir os inimigos. Navios valem 30 pontos, helicópteros 60, caças 100 e pontes 500. Postos de combustível, espalhados pelo cenário, rendem 80 se destruídos. Sem abastecimento a aeronave explode e uma vida é perdida. São quatro ao total e a cada 10 mil marcados no escore ganha-se mais uma.

A ideia inicial de Shaw era produzir uma batalha espacial. A empresa, por sua vez, viu o mercado saturado e barrou o projeto. Então, ela mudou o campo de disputa. Pensou em um barco de guerra, mas a imagem soou engraçada. Alterou para uma máquina voadora e inovou ao acabar com a tela estática, onde, na maioria das vezes, somente os adversários tinham mais liberdade de

movimentos. Agora, o jogador conseguia ir para direita, esquerda, para cima e para baixo ao mesmo tempo em que as imagens desciam ao seu encontro.

A sensação de estar pilotando era complementada pelo barulho dos motores. Não havia música de

fundo e cada barreira destruída trazia uma nova cor à paisagem, variando do verde claro ao escuro.

Com o avanço surgiam passagens menores, mais adversários e menos combustíveis. Portanto, escolher um bom caminho fazia a diferença. Alguns deles eram bem vantajosos e outros paupérrimos em oportunidades. O game trazia a possibilidade de dois participantes disputarem entre si, alternadamente. Um comandava o jato branco e o outro o preto. Ganhava quem

registrasse mais pontos. Falando neles, o final de River Raid está relacionado diretamente a isso.

Muitos acreditavam que a cena derradeira seria do avião pousando em um aeroporto ou que

existiria um paredão intransponível, mas não é bem o que acontece. Ao ultrapassar a casa dos 999.999 o jato explode e o placar mostra seis exclamações no lugar da numeração e mais nada. Não se esperava que alguém pudesse ir além.

Já em 1988, o programador David Lubar criou a continuação, River Raid II. Infelizmente fez muito menos sucesso que o primeiro, que ficou para a história.

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