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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Aluga-se um Paraíso' é reality show de pouco conteúdo da Netflix


A Netflix acertou em cheio, há alguns anos, ao misturar reality show com as chamadas propriedades de temporada -- o bom e velho Airbnb. O programa Instant Hotel, que é uma espécie de competição entre donos desses hotéis instantâneos, é uma delícia de assistir. Divertido, irreverente, original. Por isso é tão decepcionante assistir Aluga-se um Paraíso.


Novo reality show original da Netflix, a produção aposta novamente nas propriedades por temporada. Só que, desta vez, nada de competição. A série, de oito episódios em temporada única até agora, acompanha três influenciadores digitais viajando pelo mundo e trazendo opções de casas e apartamentos para aluguel de temporada dos mais variados estilos e preços.


Luis D. Ortiz é um corretor de imóveis famosos e que apresenta ao público as casas mais caras e luxuosas. A brasileira Jo Franco é uma vlogueira de viagens e escritora, que apresenta as experiências mais diferentes -- geralmente, em um preço intermediária. Por fim, a atriz e decoradora Megan Batoon apresenta as opções mais baratas (e criativas) de propriedades.


A ideia é boa e tem potencial de ser bem executada. Afinal, com a Netflix por trás, a produção não mede esforços em apresentar propriedades deslumbrantes e dar aquele gostinho de viagem -- algo mais do que necessário nos tempos atuais. É legal ver as opções de viagens no mesmo estilo, cabendo em diferentes tipos de bolso. Faz o público ter novos planos.


No entanto, o grande problema está no trio de "curadores". Jo, Megan e Luis simplesmente não contam com repertório para essa tarefa. Eles ficam apenas repetindo obviedades e roteiros decorados o tempo todo, sem nunca trazer alguma observação realmente pertinente. Parece que estamos vendo três influenciadores viajando, sem qualquer aditivo nessa equação temerária.


Apenas Luis traz algumas informações aqui e ali, com base em sua experiência como corretor. Mas não é o bastante. Fica o gostinho, e o desejo, que Jo fale mais sobre experiências de viagem, mergulhos na cultura -- cadê a gastronomia, as dicas de locais para ir por perto com mais afinco, cuidados? Também fica à toa a presença de Megan, que não acrescenta nada de design.


No final, Aluga-se um Paraíso é um vazio, um reality show oco de conteúdo e sem qualquer tipo de entretenimento para além disso. Fica uma compensação pequena para quem enfrenta os oito episódios e é pouco prático para quem quer realmente fazer as malas em um futuro próximo. Poderia ser mais diverso, mais inteligente, mais criativo e ousado. Ficou na mesmice. Pena.

 

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