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  • Bárbara Zago

Crítica: 'Jane Fonda in Five Acts' é jornada da atriz em busca de si mesma


Em 2000, aos 63 anos de idade, Jane Fonda tomou a decisão de colocar no papel suas mais significativas memórias e, a partir disso, dar um novo significado à elas. A atriz, que passou muito tempo de sua vida na sombra de homens, agora revela toda sua progressiva jornada em busca da autonomia no novo documentário Jane Fonda em Cinco Atos, da HBO. De forma natural e fluída, a diretora Susan Lacy conduz a história de vida de Fonda, desde sua infância e os problemas com o pai, até seu momento atual.

Dividido em cinco capítulos, obviamente, cada um deles refere-se à pessoas na vida de Fonda. Entre elas, Henry Fonda, Roger Vadim, Tom Hayde, Ted Turner e ela mesma. Em seus 80 anos de vida, Fonda assumiu o papel de mãe, atriz, ativista política, e até mesmo amante da natureza. Em pouco mais de duas horas, temos acesso à relatos tanto dela quanto de pessoas próximas, o que inclui Robert Redford e Lily Tomlin.

Engana-se quem pensa que Fonda teve sua vida ganha por ser filha de um ator famoso. Ao falar do pai, ela menciona o fato de normalmente grandes homens dificilmente serem grandes pais, e com ela não foi diferente, o que acabou causando-lhe feridas que permanecem até hoje. Junto a isso, perdeu a mãe ainda jovem, que cortou o pescoço com uma navalha ao descobrir que o marido havia se apaixonado por outra. Jane e seu irmão, Peter, foram mandados para um internato em Nova Iorque, e a partir daí seus distúrbios alimentares começaram.

"Tentar ser perfeita é uma jornada tóxica", afirma em determinado momento. Percebe-se uma constante tentativa de Fonda de moldar-se à pessoas importantes em sua vida, mesmo que isso signifique deixar de lado sua própria essência. O documentário é um prato cheio para quem se interessa por psicologia, pois os mecanismos compensatórios de Jane estão extremamente explícitos. No entanto, isso não significa que suas motivações eram falsas, como constantemente era atacada por outros ativistas. Temos a oportunidade de entrar de maneira profunda em sua vida, revisitando momentos que vão desde 1972, quando foi fotografada no Vietnã sentada em um armamento antiaéreo, até seu surpreendente sucesso com os vídeos de ginástica de Workout.

Não é preciso ser fã da atriz ou ter assistido muitos de seus filmes. Ou até mesmo ter conhecimento sobre sua trajetória política. Fonda é uma mulher poderosa e prende a atenção do espectador durante todo o tempo, seja através de detalhes íntimos ou de seu bom humor. No final, percebe-se que sua aparência jovem mesmo aos 80 anos é o aspecto menos surpreendente de toda a sua história.

 

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