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  • Bárbara Zago

Crítica: 'Tio Drew' revela faceta bem-humorada do basquete


Ao escutar pela primeira vez o título do filme Tio Drew, a maioria das pessoas deve sentir uma certa estranheza, como se o nome fosse referência à alguma figura amplamente conhecida -- como um Tio Sam ou algo assim. E de fato: Uncle Drew é antigo conhecido dos norte-americanos, que viram a figura surgir numa série de comerciais da Pepsi, em 2012, que homenageavam o jogo e jogadores de basquete.

Sim, o filme se baseia quase que totalmente nas propagandas produzidas pela marca de refrigerantes. Os comerciais, divididos em quatro capítulos e que podem ser facilmente achados no YouTube, possuem premissa simples: o Tio Drew é um homem idoso que mostra à novos jogadores de basquete como ainda saber jogar e que mantém vivo o desejo de montar seu antigo time novamente, mesmo estando todos na terceira idade.

O longa-metragem, é claro, adiciona alguns elementos novos, como um romance extremamente sem sal e Dax (Lil Rel Howery), um técnico fracassado e que assume, em partes, o protagonismo do longa-metragem. No filme, Tio Drew (Kyrie Irving) continua sendo a alma do time, mas é o treinador -- depois de ser abandonado pela namorada (Tiffany Haddish) e pelo astro de sua equipe -- que resolve ir atrás dos envelhecidos jogadores.

Afinal, é com esse time de antigas estrelas -- que tem, dentre outros, Shaquille O'Neal como ator -- que ele pretende derrotar seu grande rival, o técnico Mookie (Nick Kroll).

A partir do momento em que O'Neal é um dos melhores atores do filme, existe algo sério a se preocupar. Tio Drew conta com jogadores de NBA, alguns aposentados e outros que continuam na ativa, que por trás de uma maquiagem que parece ter saído de uma produção de comédia trash, fazem um belíssimo espetáculo. As cenas de jogos são tão intensas, que qualquer espectador acaba fascinado. Para quem gosta do esporte, é um prazer imenso ver aquilo em alta definição. De resto, o filme deixa a desejar.

A interpretação de Kroll é forçadamente exagerada, mas funciona como recurso de humor. Até certo ponto. A motivação para a rivalidade entre ele e Dax é tão superficial que não emociona nem os mais empáticos. Junte os três personagens e temos atuações irritantes, que vez ou outra conseguem provocar risadas. Mesmo Dax, protagonista, tem pouquíssima profundidade.

A busca de Tio Drew pelos seus antigos companheiros de time também consegue ser engraçada, porém fora da realidade. Lights (Reggie Miller), que era cego, passa a enxergar e Boots (Nate Robinson), que permanecia numa cadeira de rodas e vivia internado numa casa de repouso, não só consegue andar com facilidade, como também joga basquete melhor do que qualquer amador. Preacher se tornou um pastor que, na hora do batizado, segura as crianças como se fossem bolas prestes a serem ameaçadas. Seria cômico, se não fosse trágico.

Mesmo sendo clichê, Tio Drew tem uma história divertida -- chega a ser o tipo de filme que se assistiria com facilidade numa Sessão da Tarde. Os jogadores de basquete estão melhores que os próprios atores, e isso tira muito seu valor, infelizmente. Todos os personagens que foram adicionados à história da Pepsi ficaram superficiais e bastante irritantes. No entanto, não é uma má ideia se a intenção é assistir à um bom jogo de basquete e dar algumas risadas.

 

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