A história é a seguinte: um casal de jovens no auge da felicidade e com nenhum plano de aumentarem a família em um futuro próximo, de repente, descobrem que estão à espera de não um, mas sim de três bebês. Trigêmeos à caminho.
Agora me diga: falando assim, que tipo de roteiro você imagina para essa história? Uma sitcom, talvez? Talvez dois pais trapalhões e da farra com três bebês barulhentos arrancando risadas no fundo da sua TV? Errou feio.
This Is Us passa longe de ser uma comédia. É um drama visceral, simples, sensível e muito humano. Arrisco dizer que apenas o piloto da série renderia facilmente um filme. Mas, ainda bem que tem mais. Eu ficaria com saudade dos atores incríveis que dão vida a This Is Us se eles não aparecessem na minha telinha com certa frequência.
Assisti o piloto do novo drama da NBC após um teaser envolvente que me levou a pensar algo totalmente diferente do que é de fato o roteiro central da série. No vídeo, This Is Us parecia um drama sobre pessoas que dividem o mesmo aniversário em diferentes situações, famílias e cantos do mundo. Inclusive, no primeiro episódio da série, que fora o suficiente para que ela já tivesse uma 2ª temporada garantida, recebemos um pouco desta ideia também.
O episódio começa com uma frase típica de Google: “O ser humano compartilha seu aniversário com mais de 18 milhões de pessoas.” E é assim que conhecemos melhor Jack, interpretado perfeitamente por Milo Ventimiglia, que se torna pai logo no episódio piloto de 3 crianças que compartilham com ele a data de nascimento. E, é claro, sua mulher, Rebeca, interpretada por ninguém menos que Mandy Moore. Tá bom ou quer mais?
Conforme os minutos do episódio piloto se passam, conhecemos Kate, Kevin e Randall, três personagens também conectados pelo mesmo aniversário. Kate é uma mulher obesa, que sofre as consequências de seu físico por onde passa. Kevin é um ator de pouco talento à beira de um ataque de nervos por conta das incertezas de sua carreira e Randall, que faz o estilo “maridão”, e é um executivo negro de sucesso, com uma inteligência além do normal. Todos eles nascidos no mesmo dia, com mais coisas em comum do que nós podíamos imaginar. Sabemos, no piloto, que todos esses personagens estão conectados. Só não sabemos exatamente como.
Dito isso, sem spoilers, posso afirmar que os plot twists do primeiro episódio já nos fisgam com maestria. Não ouso a ir além para deixar que esse S01E01 cause em vocês a mesma sensação que causou em mim: uma boca aberta de surpresa e um coração emocionado querendo mais.
This Is Us é tão boa, mas tão boa, que se este texto ainda não te convenceu a doar 40 minutos do seu dia para ela, eu digo que contra fatos não há argumentos: a série, há menos de um ano no ar, já foi indicada para 10 categoria na última edição do Emmy Awards.
A nova queridinha da NBC te faz acessar os sentimentos mais simples e reais da vida humana, estimulando duplamente a quem assiste: uma conexão com si mesmo e uma conexão com todos os personagens, que saem total de toda a idealização Hollywoodiana. Tanto Jack e Becca quanto Kevin, Kate e Randall são gente como a gente, com problemas, famílias e pensamentos reais.
O drama foge da proposta utópica de grandes nomes da TV americana como Black Mirror e Game Of Thrones. Nada contra, inclusive acompanho tão fielmente essas séries Mas, This Is Us é real, mesmo que encenada. É íntima e nos faz pensar no nosso interior, que muitas vezes negligenciamos. Nada de dragões, tecnologias surreais ou zumbis. This Is Us enaltece a nós, humanos, e despertam o que há de mais real dentro da gente.
Hoje, cerca de um ano depois da estreia dessa série incrível, que roubou a cena na Fall Season americana, sigo ansiosa pela segunda temporada e as respostas que ela deve trazer. Além das lágrimas, claro. A obra-prima volta no dia 26 de setembro o que dá a você, leitor, tempo de sobra para assistir os 18 episódios de tirar o fôlego que a temporada de estreia nos entrega. E apesar da série te abraçar com muito carinho e te fazer cafuné, sugiro a companhia de uma caixinha de Kleenex. Você precisará deles.
Commenti