O apresentador Augusto Liberato morreu nesta sexta-feira, 22, após sofrer um acidente doméstico em sua casa em Orlando, nos Estados Unidos. Segundo relatos, ele estava tentando arrumar o ar-condicionado da casa quando se desequilibrou na escada e caiu de uma altura de quatro metros. Teve morte cerebral, aos 60 anos, e deixou três filhos.
O fato é que, com o Gugu, morreu um pedaço da televisão brasileira. Antigo pupilo de Silvio Santos, o apresentador levou uma irreverência natural -- e, até certo ponto, polêmica -- pensando em ser cada vez mais popular. Quem não se lembra do quadro da banheira, do táxi, das reportagens de ET & Rodolfo? São quadros marcantes na TV.
Afinal, Gugu apostava no popularesco sem ter medo de ser popularesco -- talvez o principal lado positivo de estar numa emissora como o SBT. Pessoas seminuas rolavam em água e sabão no domingo a tarde. Sim, era uma loucura. Mas pessoas gostavam, assistiam e o Brasil não era chato como é hoje. E havia mais verdade na televisão.
Tudo bem que ele cometeu tropeços que quase mancharam sua trajetória. A história da falsa entrevista do PCC é um exemplo. Mas uma mostra de como ele era especial para as pessoas e para a TV, como um todo, foi que ele soube superar esse momento e, ainda por cima, acabou indo para a TV Record, buscando novos desafios para sua carreira.
Aos poucos, ele se desgrudou da sombra de Silvio Santos e tomou caminho próprio. Não era mais pupilo de ninguém, nem o "principal rival do Faustão", ou coisa que valha. Gugu era Gugu. Soube deixar sua marca na TV, com quadros e momentos históricos, e ainda evoluiu como apresentar, empresário, pessoa. Tocou a carreira, deixando rastro positivo.
Ele ainda descobriu as maravilhas das redes sociais. Se divertiu, fez quadros com rolhas, postou fotos lavando o cabelo. E, ainda por cima, no começo de novembro, desmentiu uma fake news de que teria morrido. Gugu soube aproveitar a vida e, o melhor de tudo, é que a compartilhou com as pessoas. Gugu era do povo.
Por isso, com sua morte, é preciso rir, se emocionar. Ser mais descontraído. Gugu sempre aparentou estar se divertindo com seu trabalho, sua rotina, sua vida. Cantava "pintinho amarelinho", acordava pessoas. Sempre dava risada, brincava, não se acanhava. Que o mundo tome sua forma de viver como lição. Que Gugu fique na história.
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