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  • Foto do escritorMatheus Mans

5 perguntas para Carlos Villagrán, o Quico de 'Chaves'


Não sei vocês, mas o seriado Chaves fez parte da minha infância. É um daqueles programas da TV que tem gosto de sábado de manhã, bolo de vó e um mundo sem preocupações e que hoje já caiu por terra. Por isso, é inevitável a emoção quando sintonizo no SBT e a história de Roberto Bolaños entra na minha vida com esse colorido tão inocente, despreocupado, gentil e divertido.

Mais emoção ainda foi o que passei na última quinta-feira, 5. Após assistir ao filme Como se tornar o pior aluno da escola, deparei-me com um daqueles ídolos inesquecíveis da infância bem na minha frente, em carne e osso. Um daqueles ídolos que, de tão presentes em sonho e imaginação, já nem parecia real: Carlos Villagrán, o Quico do seriado Chaves e que atua no filme de Danilo Gentili.

Já do alto de seus 73 anos, ele me recebeu com um sorriso sincero, apesar de cansado de tantas entrevistas. Eu fui um dos últimos que adentrou na sala que Villagrán, repleto de paciência, me aguardava. Mas isso não impediu que meus poucos minutos com o ator fossem mágicos, inesquecíveis. Ele respondeu tudo com sinceridade, afeto e uma ponta de graça, por conta da minha emoção.

Parte dessa conversa fica aqui, registrado no Esquina, onde reproduzo a rápida conversa com Villagrán. Espero que o gelado das palavras digitadas na tela consigam encarnar um pouco da emoção de falar com o ator mexicano. Se você conseguir sentir um pouco dessa minha alegria, sinto que meu dever foi cumprido.

Esquina da Cultura: Você ficou imortalizado na mente do brasileiro com o personagem de 'Chaves', o Quico. Agora, você faz uma espécie de antagonista no filme de Danilo Gentili. Como deixar de lado a imagem do Quico para criar um vilão convincente? O professor Girafales foi a inspiração?

Carlos Villagrán: Não, ninguém foi a inspiração. Eu faço o professor Ademar, que é um tipo diferente de todos. É um diretor antiquado que quer manter todos os costumes e tradições de antes, que pensa só na evolução da escola. Em Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, tocamos em assuntos que não tocamos antes. É um filme imperdível. E não, o professor Girafales nada tem a ver com meu personagem!

E a barreira da língua? Como foi rodar um filme inteiramente em português? Foi seu maior desafio?

Quando via palavras que eu não conhecia, como 'cabaço', eu tentava entender o significado. Mas é um outro País, é outro idioma. É um salto muito grande pra mim. Tive muita ajuda! E é uma coisa diferente do que eu fazia antes, que não estou acostumado. Faz 47 anos que eu sou o Quico! Sou um menino ainda.

Como é essa sensação de voltar para o Brasil, um lugar que você faz tanto sucesso, com um personagem novo?

O programa Chaves já completou 47 anos. Faz 47 anos que sou o Quico. Então, é sempre bom trazer algo novo, em outro País, em outro idioma. É um desafio para mim colocar todo esse entusiasmo, carinho e amor que tenho pelo Brasil nesse personagem. E já sou um pouquinho brasileiro! Não pela forma de falar, mas pela forma de sentir.

Hoje em dia, o Quico é passado pra você? Ou está mais presente do que nunca em sua vida?

Quico não vai morrer! Chaves vai passando pelas gerações mesmo com 47 anos de existência. Sim, o programa vai perder em tecnologia, vai perder em qualidade. Mas o programa não vai perder em comicidade. Claro, muita coisa ficou no passado. A maioria do elenco já morreu. Chaves, a "Bruxa", Professor Girafales, Jaiminho, Godines. Sobrou a Chiquinha, Nhonho, Quico e Dona Florinda.

Você disse que ainda é um menino. E em 'Chaves', vocês cantavam 'Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda. Amanhã velho será, velho será, velho será'. Você, claramente, continua sendo um jovem. Qual o segredo? Seu coração 'sustentou a juventude que nunca morrerá'?

O segredo é que toda minha vida eu tive que interpretar um menino. E eu acredito que esse menino ajudou Carlos Villagrán a continuar sendo um menino. Então permanecer jovem é a saída. Eu não posso fazer o Quico em relação à minha idade. Eu tenho que ser um Quico como você está acostumado a ver. Preciso manter a minha juventude.

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