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  • Matheus Mans e Bárbara Zago

'A Era dos Games' é exposição nostálgica em São Paulo


Quem disse que videogame não é arte? A exposição A Era dos Games está aqui para provar o contrário. Em exibição na Bienal de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, a mostra tomou o lugar de quadros e instalações, colocando mais de 150 jogos à disposição do público, que pode desfrutar de consoles de todos os tipos e épocas. É a oportunidade para reviver -- ou, é claro, conhecer -- videogames do passado enquanto dá uma espiada no que vem por aí na indústria dos games.

Antes de tudo, uma dica: tente ir na exposição durante a semana. Com ingresso que variam entre R$ 20 e R$ 40, o lugar lota aos finais de semana e a experiência fica um pouco mais corrida com o tempo máximo de 90 minutos. Durante a semana, porém, os organizadores são mais flexíveis e é mais fácil aproveitar os jogos. Só atenção para alguns dos monitores: parecem entediados e implicam com qualquer coisa. Um deles desdenhou da carteirinha de estudante que apresentei. Foi muito chato.

Apesar da experiência ruim na entrada, porém, a exposição já impressiona logo no começo com videogames pré-históricos, como duas antigas máquinas de pinball e um delicioso jogo de Space Invaders. Distraído, passei 30 minutos do meu tempo total apenas ali, neste setor. Afinal, difícil jogar apenas uma vez nas máquinas de pinball -- desde que, é claro, não haja uma fila imensa atrás de você, esperando a vez. E nesta área, destaque também para uma máquina de cassino que não dá prêmios, mas diverte.

No mesmo espaço também é possível encontrar alguns outros jogos que marcaram gerações. Tudo em máquinas de fliperama e sistemas originais, fazendo com que a experiência seja ainda mais completa. Outro destaque para esta primeira área é o game Pong, conhecido no País como “telejogo”, que funciona como um jogo de ping-pong virtual. Em A Era dos Games, é possível jogá-lo num telão junto com amigos e torcidas. É uma experiência única.

Mais pra frente, a nostalgia continua forte: numa ampla área, é possível encontrar jogos de mão, como Game Boys e até bichinhos virtuais, que ficam debaixo de uma cúpula de vidro, além de games infantis. Destaque para o encantador videogame Spacewar -- numa telinha de pouquíssimas polegadas, você controla uma espaçonave que precisa abater inimigos. Este foi o primeiro videogame da história e é maravilhoso usá-lo em perfeitas condições, sem avariações.

Outro ponto alto desta área é são alguns jogos infantis como variações de Pokémon -- com direito a um game onde o Pikachu ensina a falar inglês -- até um game nacional perdido na memória das pessoas: Mônica e o Castelo do Dragão, da TecToy, que coloca a personagem de Maurício de Souza numa aventura de RPG. Só tem que tomar cuidado para o tempo não passar rápido demais e perder grande parte da experiência de A Era dos Games apenas nesta sala.

Afinal, mais pra frente, é possível dar uma espiada no futuro dos games. Dentre outras coisas, dá pra jogar vários jogos para Xbox e PS4, além de experimentar games de realidade virtual. Também é possível se divertir com Just Dance e Rock Band num espaço dedicado apenas para os dois jogos. Em outro local, uma bola plástica ajuda as pessoas a “entrar” na realidade virtual de cabeça. Só atenção: revira o estômago e exige força do participante.

Dentre as novidades, também é possível usar o Switch, novo console da Nintendo. Nele, é possível jogar alguns games nativos do videogame e que simulam batalhas de espada até a ordenha de uma vaca. É divertido, mas parece que falta algo. Atenção também para a fila. Mesmo em dia tranquilo, foi necessário esperar mais de dez minutos para um grupo de amigos deixasse o Switch -- ainda que um aviso indicasse para ficar até três minutos com o aparelho.

No final, a exposição A Era dos Games agrada -- e muito. Apesar do tempo correr e parecer curto ficar 90 minutos no local, é possível se divertir com inúmeros consoles que existiam só na memória de muitas pessoas e que marcaram dezenas de gerações. Você sai de lá maravilhado e com vontade de voltar para experimentar ainda mais jogos -- e atenção, a exposição fica no prédio da Bienal só até 12 de novembro. Depois, ela parte para o Rio de Janeiro.

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