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Crítica: 'A Empregada' diverte, apesar de todos os problemas técnicos

  • Foto do escritor: Matheus Mans
    Matheus Mans
  • há 6 horas
  • 2 min de leitura

O romance A Empregada é um sucesso absoluto das livrarias. Livro policial rápido de ler, também bastante fácil, a obra de Freida McFadden convence e empolga ao contar a história de uma jovem (Millie, vivida por Sydney Sweeney) que é contratada por um casal esquisito (Nina, vivida por Amanda Seyfried, e Andrew, interpretado por Brandon Sklenar). Ela tem surtos esporádicos inexplicáveis, ele é um galã de cinema que parece estar sereno com tudo isso. Aos poucos, porém, as coisas se revelam mais complicadas.


Dirigido por Paul Feig, o rei das farofas nas telas, A Empregada segue à risca o que é contado no romance. Há, sim, algumas adaptações -- os surtos de Nina não são menos frequentes, o jardineiro misterioso tem bem menos importância e as coisas acontecem mais rapidamente --, mas, no geral, a história é a mesma, sem grandes mudanças. Quem já leu o livro, assim, pode se frustrar ao encontrar tudo ali, bem mostrado na tela.


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O fato inegável é que enquanto o livro funciona como essa farofa bem azeitada e divertida, que surpreende fácil e te faz virar as páginas rapidamente, o filme não tem a mesma proeza. Não só pela direção engessada de Feig (de Um Pequeno Favor), como também pela história que não tem grandes atributos. Enquanto isso pode ser disfarçado no livro, o longa-metragem acaba deixando essas fraquezas mais expostas -- a forma que Millie não enxerga os problemas, a artificialidade de Nina e por aí vai.


Tudo é exagerado, alguns tons acima, e Paul Feig pesa ainda mais a mão tentando tornar tudo um dramalhão policialesco familiar. Divertido? Sim. Ruim, exagerado? Também.


A tábua de salvação para não ser um desastre total reside no bom trabalho da dupla de protagonistas, Sydney Sweeney e Amanda Seyfried. Elas funcionam bem nessa dicotomia divertida entre elas e, principalmente, convencem -- a primeira como uma jovem desiludida e procurando uma saída; a segunda como uma dona de casa megera e com claros problemas mentais. O calcanhar de Aquiles é apenas Sklenar, uma porta em termos de atuação. Não transmite emoção, empolgação, mistério. Nada. É um vazio.

A Empregada, no final das contas, talvez funcione melhor para aqueles que não leram o livro. Afinal, ainda deve ser surpreendente a reviravolta na história e a forma que os personagens se transformam. No entanto, sobra pouco para aqueles que já leram e só acham a história divertida. Sem um bom diretor, resta apenas assistir ao filme como se estivesse recapitulando o que já foi lido em algum momento. Pena: poderia ser melhor.


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