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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Tem Alguém na Sua Casa' é nova tentativa da Netflix em fazer seu 'Pânico'


É incrível como a Netflix parece estar desesperadamente atrás de um Pânico para chamar de seu. Depois de comprar os direitos de exibição de Rua do Medo, o serviço de streaming colocou em seu catálogo nesta quarta-feira, 6, o terror Tem Alguém na Sua Casa. Com produção assinada por James Wan, o longa-metragem tenta reproduzir o clima do slasher de sucesso.


Para isso, coloca um grupo de adolescentes numa cidade americana que está enfrentando uma onda de assassinatos. No entanto, não é só violência e carnificina: o mascarado assassino revela segredos das pessoas antes de matá-las -- geralmente segredos comprometedores, que até impedem que a vítima tenha a reação de ligar para a polícia. Parece, aos poucos, uma vingança.


Apesar da ideia boa, Patrick Brice (do ótimo Creep) não consegue aproveitá-la. Primeiramente, um erro que já foi cometido por Rua do Medo: adolescentes que basicamente não conseguem criar laços com o público. Há uma ânsia em trazer modernidade e temas contemporâneos para a frente das telas, acaba se perdendo em escolher atores que simplesmente não se encaixam.


Afinal, no roteiro, trabalham com estereótipos já bem calcados do gênero, sem grandes mudanças, enquanto tentam inovar apenas na escolha dos atores. Não encaixa e fica bem chato.


Além disso, apesar das intenções diferenciadas do assassino, que revela os segredos antes de matar, não há charme no vilão -- e, por mais que isso soe estranho, é algo extremamente necessário para os slashers (pense em Jason, Freddy Krueger e até mesmo o Baby Face de A Morte te Dá Parabéns). São criaturas/pessoas estranhas e que despertam curiosidade.


Em Tem Alguém na Sua Casa, temos apenas um assassino com uma máscara de impressora 3D, sem semblante, e que chama a atenção no começo por conta da impessoalidade. Mas não é o bastante para segurar. Assim, de um lado, temos personagens adolescentes desconstruídos, mas que permanecem mergulhados em clichês, e do outro um vilão que não se destaca.


Ainda que haja uma boa surpresa ao fim, que deve agradar um público em busca apenas de um filme de terror para se divertir de maneira descompromissada no mês do Halloween, não dá para dizer que é um bom slasher -- não chega nem mesmo perto de Pânico 3, o mais fraco dessa franquia que a Netflix tanto deseja. Quem sabe, com um pouco mais de esforço, chegue lá.

 

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