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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'UglyDolls' é filme bonitinho pra crianças bem, bem pequenas


Logo de cara, já fica evidente que UglyDolls não é uma animação muito original. Dirigida pelo instável Kelly Asbury (Os Smurfs e a Vila Perdida, Shrek 2 e Os Smurfs e a Vila Perdida), o longa-metragem parece uma mistura genérica de Toy Story, Trolls e o próprio Os Smurfs. E não só parece, é. Afinal, o filme acompanha a jornada de alguns bonecos com defeitos de fabricação que são jogados para a reciclagem. Mas eles acabam se reorganizando, criando uma cidade alegre e feliz, mas ainda em busca de alguém pra amá-los com as imperfeições. Aí batem de frente com bonecos perfeitos.

UglyDolls é todo colorido, animado, festivo, dançante. Já nos primeiros minutos, uma música animada -- e com cara de concorrer ao Oscar de Melhor Canção Original -- mostra o tom do filme. A mensagem é bem clara, sem dúvidas sobre o que o roteiro do estreante Alison Peck e de Robert Rodriguez (Pequenos Espiões) quer passar para o público. É, em suma, um filme para crianças de seis, sete anos. Cinco, talvez. Os pequenos, sem dúvidas, vão se divertir com algumas piadas físicas, se deslumbrar com as cores e a música, bem feita e interpretada por Kelly Clarkson, ficará na cabeça.

As músicas, aliás, parecem insistentes demais -- afinal, nem há um respiro quando a primeira canção toca seus acordes na tela. Mas, rapidamente, as coisas se assentam e as músicas surgem apenas quando é conveniente. A maioria é bem feita e musicada.

Os personagens são bonitinhos, simpáticos e servem ao propósito. A única coisa que decepciona um pouco é a criação digital dos mesmos. Não há muita textura, nem uma tridimensionalidade que impressione. Para um diretor que já cuidou dos efeitos em filmes como Frozen e A Fuga das Galinhas, decepciona. Além disso, dá para dizer que a personalidade dos personagens é bem óbvia. Claro: há a explicação de que é um filme para crianças bem pequenas. Mas não dá pra subestimar a inteligência dos pequenos.

Na cabine de imprensa, o Esquina assistiu a versão dublada -- que deve ser, aliás, a única a chegar no Brasil. A protagonista Moxy é originalmente dublada pela cantora Kelly Clarkson. Enquanto isso, em terras tupiniquins, ganha voz da atriz e cantora Aline Wirley, da banda Rouge. Uglydog é dublado pelo cantor Pitbull nos Estados Unidos, enquanto aqui ganha a voz do cantor Rincon Sapiência. As melhores adaptações, porém, são a de Lou (Nick Jonas) e Mandy (Janelle Monáe). Ganham vozes dos ótimos João Cortês e Paula Lima. Ele, aliás, se mostrou como ótimo cantor. Melhor que profissionais.

Enfim, UglyDolls é um filme simpático, bonitinho, alegre, musical. Tendo Clarkson, Pitbull, Nick Jonas e Ice-T no elenco, deve ser lembrado no Oscar por Melhor Canção Original, em 2020, se a competição estiver morna. Mas com certeza não irá faturar. Afinal, é um daqueles filmes que, após algum tempo, deverá ser esquecido e só será lembrado novamente quando chegar a possível continuação -- ainda que, nos Estados Unidos, o filme foi massacrado por Vingadores. É diversão pros pequenos. E só.

 

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