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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Verdade ou Desafio' é filme tolo que causa riso involuntário


Este ano não está lá aquelas coisas no quesito de terror. A Maldição da Casa Winchester, Exorcismos e Demônios e Sobrenatural: A Última Chave foram alguns dos exemplos de produções que fracassaram de maneira retumbante -- todos eles com as suas críticas aqui no Esquina. Só Um Lugar Silencioso, que trafega entre o suspense e o horror, conseguiu alcançar méritos. Agora, Verdade ou Desafio é mais um filme que ajuda a afundar o gênero em 2018.

A trama deste novo filme de Jeff Wadlow (dos fracos A História Real de um Assassino Falso e Kick-Ass 2) parece uma grande mistura de outros filmes, como Premonição e Nerve: um grupo de amigos entra numa brincadeira de verdade ou desafio e o jogo, é claro, acaba ganhando vida. Eles precisam cumprir os desafios ou falar as verdades para que não sejam mortos. Só que, muitas vezes, as missões a cumprir são mais complicadas do que perder a vida.

Antes de tudo: a construção dos personagens é grotesca. Com exceção da líder Olívia (Lucy Hale), todos os amigos possuem personalidades rasas e um desenvolvimento pífio. Um deles chega a revelar sua orientação sexual, reprimida até então, como se estivesse dizendo algo banal. Outros enfrentam dilemas morais como se estivessem atravessando a rua. É um roteiro que dá vergonha -- e olha que foi escrito a oito mãos. Dava pra fazer algo um pouco melhor.

A atmosfera também é muito irregular. No começo, até dá medo e parece que a coisa vai ser parecida com o ótimo Corrente do Mal. Mas não. Wadlow faz uma bagunça e não consegue convencer a audiência, que ri involuntariamente do que vê. O sorrisinho a la Pennywise é tosco e a maioria dos jumpscares não funciona. É um filme que, aos poucos, vai virando comédia -- só que não tão boa e tão criativa quanto o surpreendente A Morte te dá Parabéns.

E há de se ressaltar o absurdo das mortes: além de serem criativas como em Premonição, elas são esquecidas num estalar de dedos. Amigos morrem e o próximo passo é ir fazer pesquisas no computador em casa.

O elenco também não ajuda: ainda que Lucy Hale (Dude) se esforce, a maioria é inexperiente demais. Landon Liboiron (Frontier), Hayden Szeto (Quase 18), Tyler Posey (Teen Wolf), Violett Beane (Flash), Nolan Gerard Funk (Arrow) e Sophia Taylor Ali (Projeto Mindy) são crus e não possuem uma direção ou bom roteiro para se ancorar. E Posey, aliás, é péssimo, péssimo, péssimo. Fiquei curioso para saber quem achou que esse rapaz poderia ser ator. Não tem emoção alguma.

O final inventivo -- e até surpreendente -- ganha alguns pontos e o riso, que vai numa crescente, ajuda a criar um sentimento positivo com relação ao filme. Mas é impossível não dizer que Verdade ou Desafio já é uma das bombas do ano. Vergonhoso, fraco, genérico, tolo. É um filme que coleciona pontos negativos e que possui apenas uma dúzia de boas recordações. Quem sabe se na mão de outro diretor e de alguns bons roteiristas, teria saído algo melhor. Dessa vez, não deu.

 

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