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  • Foto do escritorMatheus Mans

Dubladores de 'Jovens Titãs' falam de desafios e preconceito


Às vezes, parece que virou passatempo criticar a dublagem nacional. Espectadores e, até mesmo, críticos de cinema fazem um coro de vozes contrárias ao trabalho do ator que empresta sua voz e tropicaliza personagens americanos, ingleses, italianos e por aí vai. Mas quem nunca viu enlatados durante as tardes da televisão brasileira e se divertiu à beça com o que assistia? Ou, ainda, quem não tem uma dublagem guardada no coração de alguma animação clássica? É quase impossível alguém ficar imune.

"Há muito preconceito envolvendo a dublagem. Parece que é uma tentativa de agregar algum status sobre os outro", disse Ricardo Schnetzer, dublador de Nicolas Cage e Al Pacino, durante coletiva de imprensa de Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas, onde dubla o vilão Slade. "É preciso entender que a dublagem é mais do que uma forma de distribuir filmes. É, também, uma forma de acesso para os analfabetos, cegos e por aí vai."

Para os profissionais presentes na coletiva, um outro impulsionador desse preconceito são os trabalhos de voz de má qualidade que estão sendo feitos por estúdios menores e mais baratos, diminuindo gastos de distribuidoras que não se importam em entregar um produto ruim ao público. "Tem empresas que mandam o filme pra dublagem só pra resolver o problema. Não é assim!", afirma Manolo Rey, dublador do Homem-Aranha de Tobey Maguire, Marty McFly, Gaguinho e do Robin na série e no filme de Jovens Titãs em Ação!.

"É bom ter concorrência, ter mais de uma praça de dublagem. Mas essa explosão de empresas que não prezam pela qualidade é muito ruim para o nosso trabalho, para o nosso mercado", disse Schnetzer. "Por causa desse tipo de serviço ficam generalizando e achando que toda dublagem é ruim. Não é! Tem muita dublagem séria e bem feita. É importante que o espectador reclame quando percebe esses problemas. É respeito às pessoas."

Luisa Palomanes, dubladora da Estelar de Jovens Titãs e de Hermione em Harry Potter, até chamou a atenção para mudanças no elenco de dublagem de séries que já estavam no ar. "Certa vez, uma empresa fez uma dublagem muito ruim de uma produção americana. O público percebeu, não ficou satisfeito e reclamou tanto que acabaram reformulando toda a equipe e tendo que gravar novas dublagens", conta. "É o público que manda, é o nosso principal aliado. Sem um público ativo, não temos como controlar isso."

 
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