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  • Domenico Minervino

'Corra!' transmite sensação de desespero ao espectador


Estreia nesta quinta-feira, 18, Corra!, um thriller psicológico, confesso, eletrizante. O nome escolhido em português nada tem a ver com o filme, diga- se de passagem. Melhor ficar com o original, Get out -- algo como “Caia fora”, que representa melhor a história de Chris (Daniel Kaluuya), um rapaz negro numa enorme emboscada.

Não vá pensar que se trata de uma obra sobre racismo, conquista de direitos civis, escravidão, luta pela liberdade, fuga da prisão. Aliás, pensando bem, não estaríamos de todo errados se olhássemos por esse ângulo. Mas, aí que está o X da questão. Usam-se esses subterfúgios para tentar enganar o espectador. Como? Eu explico.

Chris é negro, como já disse aqui, e namora uma garota branca. Ela o convida para um final de semana para conhecer os seus pais. Receoso, o jovem levanta a primeira questão: o que eles vão pensar ao descobrirem que a filha namora alguém de outra cor? Ela o tranquiliza. Mas o espectador, nessa hora, já começa a perceber que algo de muito errado está escondido nesse enredo. É tão nítido que dá vontade de gritar: sai fora! Chris, para nosso desespero (e não diga que não avisei), resolve seguir em frente.

A cada minuto, a película fica cada vez mais angustiante, sufocante. Se o diretor Jordan Peele queria passar essa sensação, conseguiu. Percebe-se de antemão o que pode acontecer ao herói. Algo tão crível que não seria absurdo ocorrer com qualquer um de nós sentados ali na cadeira do cinema. Chris está nas mãos daquela família, está em perigo. O que ele poderá fazer? Eu não vou contar senão perde toda a graça. Estraga-se o suspense. Mas dizer que ele será feito refém eu acho que eu posso, não posso? Bom, já falei.

Só nos EUA, o filme arrecadou US$ 148 milhões. Um tremendo sucesso, pois se gastou na produção do mesmo apenas US$ 4,5 milhões. Uma bagatela. Tacada certeira. Vamos esperar e ver se no nosso país a exibição terá o mesmo êxito.

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