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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Selfie para o Inferno' não assusta e não cativa


Selfie para o Inferno nasceu de um curta-metragem de menos de 2 minutos. Nele, uma mulher se assusta com uma figura obscura numa selfie que acabou de tirar. O que é aquilo? É alucinação? É assombração? A protagonista, então, começa a tirar várias fotos até que a coisa toma forma. É uma história bobinha, mas que assusta um pouco, e que pode ser conferida no YouTube, onde o diretor Erdal Ceylan faz vídeos sobre a temática zumbi.

Eis que esse filme curtíssimo, apenas interessante, tomou proporções maiores e se transformou no longa-metragem homônimo que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 7. A história tenta expandir um pouco mais o que é visto no curta, ao mostrar desdobramentos da protagonista Julia (Meelah Adams), a origem do tal mal da selfie e os efeitos que essa assombração tem na prima Hannah (a estreante Alyson Walker).

Só que é tudo um verdadeiro desastre. Nada -- absolutamente nada! -- funciona nesta produção, que tem tudo para se tornar uma das piores do ano. Primeiro por conta do elenco: Meelah Adams não se saiu bem no curta e também não se sai bem no longa, mesmo estando em coma durante grande parte da história. É péssima. Alyson Walker até tenta, mas não consegue escapar do clichê da menina burra de filmes de terror. Já deu.

A trama, enquanto isso, se esfacela enquanto o longa-metragem vai passando na tela. Ao contrário do que alguns filmes recentes fizeram com a tecnologia, como o divertido e interessante Amizade Desfeita, Selfie para o Inferno não tem uma estrutura clara, a tal assombração aparece à esmo e algumas reviravoltas simplesmente não encaixam dentro da trama. É um roteiro mal escrito, mal elaborado e que desemboca em um final non sense.

O pior de tudo, porém, consegue ser a direção do youtuber Erdal Ceylan. Sem rumo, ele cria cenas desconexas e, definitivamente, não sabe dirigir horror. É difícil, aliás, perceber qual o objetivo dele com Selfie para o Inferno: suspense? Horror? Comédia? Sátira. Não dá pra saber. Não é fácil dirigir horror, suspense e afins. É preciso ter uma delicadeza acima da média pra não cair no besteirol ou na comédia involuntária. Ceylan funciona nos curtas e olhe lá.

Selfie para o Inferno é um filme brega, irritante, involuntariamente engraçado, tosco e errado em todos os sentidos. Sai à frente na briga pelo posto de piores filmes do ano, junto com Não se Aceitam Devoluções, Los Territórios e Cinquenta Tons de Liberdade. Passe longe.

 

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