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  • Foto do escritorMatheus Mans

Na 42ª Mostra, música ganha espaço em filmes nacionais


Curioso notar como a música está bem representada em filmes nacionais na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Na programação, que conta com cerca de 300 filmes, são vários os que usam a música como fio condutor ou, no mínimo, como um dos aspectos mais importantes da trama. Sejam elas cinebiografias, dramas românticos inspiradores, documentários sobre gêneros ou, ainda, grandes e marcantes produções.

Um dos filmes mais populares dessa seara é o romance Todas as Canções de Amor, com Marina Ruy Barbosa, Bruno Gagliasso, Luiza Mariani e Júlio Andrade. Dirigido por Joana Mariani, o filme acompanha dois casais -- um no presente, outro no passado -- que se conectam por um fita que contém canções de amor sobre fim de relacionamento, separação e outras coisas do gênero. A partir daí, cria-se uma teia de situações ao redor da trilha sonora, assinada pela talentosa Maria Gadú. É de se apaixonar e se emocionar.

Afinal, mais do que apenas ter músicas marcantes em sua trilha sonora, Todas as Canções de Amor vai desenvolvendo sua trama a partir da música. Há uma troca de sensações, significados e emoções entre as duas narrativas. A letra e os acordes não são passivos. Tudo ali se relaciona e entrega uma experiência imersiva para o público.

Outras produções exaltam personalidades da música brasileira. É o caso dos documentários Inezita e Clementina. Ainda que o primeiro tenha a aura de filmes para televisão, ambas as produções contam histórias de personalidades fortes da música popular brasileira e, por si só, já garantem um espetáculo nas telonas. Clementina, em especial, vai além e mostra como a cultura africana conseguiu influenciar o que se produz no Brasil até hoje. Mais do que uma cinebiografia, é ensaio sobre afro-cultura.

"O filme busca apresentar uma Clementina viva, espirituosa, formada ao longo da vida nas diversas manifestações da cultura negra brasileira", disse a diretora Ana Rieper ao Esquina. "A partir desses elementos, o documentário mergulha no que faz de Clementina essa mulher icônica na música. Não se trata de uma biografia que quer dar conta de um panorama total, mas de um ensaio que busca desvendar a força das raízes afro brasileiras materializada na figura extraordinária de Clementina de Jesus."

Outro sambista que ganha destaque é Wilson das Neves, no documentário O Samba é Meu Dom. Merecida homenagem ao sambista, morto em 2017. Arnaldo Antunes, enquanto isso, promove uma espécie de autobiografia no cinema, sob comando de Marcelo Machado, mostrando os momentos mais marcantes de sua carreira. Produção ideal e essencial para fãs da própria carreira de Arnaldo e da história do rock nacional.

Outro cantor que tem sua memória resgatada é Wilson Simonal, responsável por clássicos como Nem Vem que Não Tem, Carango e Vesti Azul. Injustamente condenado como dedo-duro durante a Ditadura Militar, ele se viu numa situação de ostracismo durante vinte anos, até sua morte. O longa de ficção Simonal, que dá continuidade ao bom documentário Simonal, Ninguém Sabe o Duro que Dei, mostra a vida do cantor em detalhes, sem deixar o lado crítico de lado. Fabrício Boliveira encarna Simonal de forma assustadora, levando todo o magnetismo do cantor carioca para as telas grandes.

De fora. Além do Brasil, há grandes produções internacionais que usam a música como um dos elementos-chave e que, curiosamente, também estão recebendo destaque na 42ª Mostra de Cinema. Uma delas é o polonês Guerra Fria. Ainda que seja um forte drama romântico, com contornos trágicos, ele se vale de músicas polonesas folclóricas para contar a história dos encontros e desencontros de um casal durante a Guerra Fria.

O russo Verão, enquanto isso, mostra a ebulição do rock underground durante os anos mais duros da União Soviética. Nesse cenário, um curioso triângulo amoroso é formado entre Mike, sua esposa Natasha e Viktor Tsoï, um jovem ansioso por fazer seu nome na cena musical. Juntamente com seus amigos, eles irão mudar o destino do rock`n`roll na União Soviética.

Difícil não sair com algumas músicas favoritadas no seu Spotify. Abaixo, o Esquina fez uma seleção com as mais atraentes de todos os filmes citados. Conheça, explore e identifique as suas favoritas. Pode ser um bom termômetro para encontrar o filme ideal.

 

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