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  • Foto do escritorMatheus Mans

As histórias por trás da vida e da música de Cartola


Cartola foi um dos maiores compositores da Mangueira, do samba e da música brasileira. Dono de uma sensibilidade ímpar, o poeta conseguia traduzir momentos do dia a dia em verdadeira poesia. Não é à toa que possui versos que emocionam e que deixam qualquer um atraído pela sua boa música.

Porém, além de ótimo compositor e músico, Cartola era uma ótima pessoa. Marido dedicado, era o grande amor da vida de Zica, com quem manteve uma relação de anos. Era, também, amado pelos seus amigos, que frequentavam as famosas feijoadas do Zicartola, bar do compositor e de sua esposa.

E uma pessoa com tantas qualidades tinha muitas histórias para contar. Algumas delas estão listadas aqui nesta matéria. Afinal, a principal marca de Cartola como músico era transformar pequenos momentos em jóias musicais. E as histórias a seguir, retiradas de biografias e no famoso Almanaque do Samba, não podiam passar despercebidas pelo mestre mangueirense.

O Mundo é um Moinho

Nada melhor que começar pela música mais debatida e controversa de Cartola. Segundo muitos fãs, pesquisadores e amigos do sambista, a letra de O mundo é um moinho era dirigida para sua enteada, que estaria saindo de casa para se prostituir.

Se analisarmos a música, é extremamente cabível: o verso “em cada esquina perde um pouco a sua vida”, por exemplo, se encaixaria perfeitamente com esta versão da história.

Porém, algumas pessoas não concordam que Cartola fez a música com o objetivo de mandar um recado para sua enteada. Ela seria apenas uma mensagem de amor, atemporal, para todas as pessoas que a ouvissem.

As rosas não falam

Dona Zica, esposa de Cartola, certa vez ganhou algumas mudas de roseira, que logo foram plantadas em seu quintal. Algum tempo depois, Zica encontrou o jardim repleto de rosas e, extasiada, perguntou ao Cartola como floresceram tantas flores. Ele, então, disse a frase: não sei, Zica. As rosas não falam.

A frase ficou remoendo na cabeça do sambista por dias. Algum tempo depois, acabou compondo essa joia musical. Além disso, aproveitou para homenagear dona Zica, o seu amor de toda a vida.

Divina Dama

Divina Dama não tem uma história por trás de sua composição, mas uma posterior. Cartola compôs a música em 1930 e virou sucesso em 1933 na voz de Francisco Alves, que estava fazendo um grande sucesso nas rádios do País.

O compositor mangueirense, então, foi reconhecido e recebeu um apelido que levou pela vida inteira: Divino, devido ao título da música aqui em questão.

O Sol Nascerá (A sorrir)

Uma das histórias mais interessantes. Cartola estava em seu bar, o Zicartola, quando seus amigos desafiaram o compositor mangueirense a escrever uma bela letra de música em alguns poucos minutos.

Cartola pegou um papel e caneta e, rapidamente, surgiram os nove versos de O Sol Nascerá, um dos maiores sucessos de Cartola e musicado alguns dias depois pelo parceiro e sambista Elton Medeiros.

Tempos Idos

Composta em parceria com Carlos Cachaça e Cyro Monteiro, a música surgiu num momento em que o samba começava a ser comercializado e virar algo um tanto quanto industrializado.

Assim, o trio faz, além de uma homenagem ao samba do morro, uma crítica ao caminho que o estilo estava tomando.

O apelido Cartola

Para encerrar, a história por trás do apelido do mestre. Angenor de Oliveira, nome real do sambista, trabalhava como pintor antes de entrar no meio musical. Muito vaidoso, não queria sujar seu cabelo enquanto fazia pinturas, por isso, usava um chapéu-coco para se proteger dos respingos. Assim, em pouco tempo, seus amigos começaram a chamá-lo de Cartola, apelido que perdurou até seus últimos dias de vida.

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