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Foto do escritorMatheus Mans

3 livros para conhecer Jorge Amado além de 'Capitães da Areia'


Não adianta: a maioria das pessoas entra em contato com a literatura de Jorge Amado por meio de Capitães da Areia, na escola, pra depois nunca mais -- mesmo sendo o livro mais querido para leitura em sala de aula. E essas pessoas não sabem o que estão perdendo. O autor baiano, morto há 18 anos, tem uma literatura diversa, plural e que vai de tramas fortemente políticas até histórias divertidinhas e, ao mesmo tempo, com precisas observações sociais. É escritor completo e que é difícil não agradar quem o lê.

Assim, o Esquina elencou cinco livros, bem distintos entre eles, e que apresentam essas diferentes facetas de Jorge Amado. Confira abaixo e vá correndo ler as obras do baiano:

1. Suor

É, talvez, o livro mais político de Jorge Amado. Aqui, ele se vale do ambiente de um cortiço para contar a história de uma série de personagens interligados pela miséria que os atinge. Além da potente observação social que ele tece, há um teor político que começa a crescer conforme as páginas avançam. Hoje, essa visão utópica do comunismo se esvaiu e pode até ser encarada com certo humor. No entanto, os tipos humanos e a miséria no Brasil permanecem. Por isso, é tão importante de ser lido.

2. Mar Morto

Aqui, encontramos um Jorge Amado bem mais poético que o convencional. Ele usa o mar como âncora de suas emoções, paixões e amores. Deixa se perder no embalo das ondas e, assim, vai contando a história dos homens que se perdem nas águas do mar -- literal e figurativamente. Livro que inspirou a novela Porto dos Milagres, Mar Morto é mais difícil de ser desbravado. É preciso paciência para romper a lentidão das primeiras páginas. Mas quando deslancha, é como mar. Traiçoeiro, esperto, prega peças. Um livraço que mostra Jorge Amado como escritor fora dos padrões como ele sempre foi.

3. Quincas Berro D'Água

Aqui, uma história mais leve, divertida, de fácil leitura. Quincas Berro D'Água acompanha a jornada de um defunto que é levado pra farra com os amigos, que não conseguem aceitar a sua morte. Apesar do aspecto levemente trágico, a história possui um bom-humor gostoso, que lembra Gabriela, Cravo e Canela. Muitos dizem que falta algo a mais aqui -- uma observação social, algum beliscão político. Mas o fato é que o livro sabe trazer uma história simples para ser amplificada em suas páginas. E isso funciona muito bem. Para quem nunca leu nada além de Capitão da Areia, pode ser boa pedida.

 

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