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  • Foto do escritorMatheus Mans

5 músicas para conhecer o sambista Adoniran Barbosa


Com certeza você já deve ter ouvido os versos “não posso ficar nem mais um minuto com você”. Alguns de vocês, leitores, também podem associar este trecho musical ao grupo de samba Demônios da Garoa ou ao compositor e intérprete-primeiro de Trem das Onze e de outros clássicos paulistas, Adoniran Barbosa. Mas você conhece algo além dessa música e Saudosa Maloca?

Adoniran tem uma das obras mais interessantes, plurais e divertidas do samba brasileiro. Apesar de sua faceta ser, predominantemente, de cronista popular da cidade de São Paulo, há de tudo em sua obra: desde lamentos até canções grandiosas em toda a sua melodia. Por isso, o Esquina separou cinco músicas indispensáveis para quem quer entrar mais na vida, história e musicalidade de Adoniran Barbosa.

E se você tiver mais sugestões, deixe nos comentários! Queremos saber qual sua música preferida de Adoniran.

Bom dia, tristeza

Se você pesquisar na internet, vai descobrir que Bom Dia Tristeza é resultado de uma parceria entre Adoniran e o 'poetinha' Vinicius de Moraes. O que você não irá descobrir é que tal composição, na verdade, foi fruto de uma estranha e inusitada parceria "por correspondência". Eis a história: Vinicius escreveu Bom Dia Tristeza e a enviou para Aracy de Almeida para que ela "fizesse o que fosse melhor" com a canção. Aracy, amiga de Adoniran, nem pensou duas vezes e deu a letra para que o sambista a musicasse. O resultado é este triste lamento, que mostra a faceta de Adoniran como arranjador. Abaixo, a incrível interpretação de Maria Bethânia.

Iracema

A música Iracema não deixa de ser uma crônica, sob o ponto de vista de um homem que perdeu sua amada -- e que deixou, de lembrança, apenas as meias e os sapatos. No entanto, ainda assim, a canção é muito diferente de seus outros principais sucessos, como Samba do Arnesto e Tiro ao Álvaro. Assim como Bom Dia Tristeza, ela tem uma melancolia palpitante e que derruba corações. A diferença, aqui, é que Iracema é de total composição de Adoniran. Uma mostra de que ele não tinha apenas um lado cronista e divertido, mas também um lado muito triste e melancólico.

No Morro da Casa Verde

Pouquíssima conhecida, a música No Morro da Casa Verde é uma das melhores de Adoniran por seu ritmo e sua sagacidade musical. Apesar da letra não ser grande coisa -- apenas com duas estrofes e rimas pobres --, sua melodia é bem pontuada e algumas pausas que dão lugar para solos de instrumentos a deixam com um sabor especial em sua execução. Pena que é pouco difundida. Merecia muito mais atenção por mostrar um Adoniran que, em alguns momentos, favoreceu a melodia em detrimento da letra. E, ainda assim, era um músico muito interessante.

Um Samba no Bixiga

Sentindo falta de um estilo mais cronista de Adoniran? Seu ápice neste estilo é a divertidíssima Um Samba no Bixiga, que conta a história de uma confusão na casa de Nicola -- um italiano que era amigo de Adoniran na vida real e parceiro em músicas com o nome de Alocin. A música tem palavras italianadas, vários breques, momentos divertidos e uma história com começo, meio e fim. Adoniran como todos conhecem.

Vila Esperança

Assim como No Morro da Casa Verde, a canção Vila Esperança é pouco conhecida. Mas que delícia ouvi-la! Com ritmo de marchinha, quase uma marcha-rancho. E a letra tem uma ingenuidade do eu-lírico que transborda em seus versos. Difícil, também, ouvir Vila Esperança sem sentir nostalgia -- mesmo que você não tenha vivido o tempo que a canção descreve.

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