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Bárbara Zago

CCXP 2018: Homenagem à Chris Columbus abre evento com nostalgia


A quinta edição da CCXP no Brasil talvez seja uma das melhores até agora no País. Com 115 mil metros quadrados de área na São Paulo Expo, a feira começou na quinta-feira, 6, com um painel de homenagem, como é de costume do evento. Antes de chamar o convidado de honra, no auditório Cinemark XD foi exibido o trailer de Geek Punk, filme original para a CCXP. Logo depois, Érico Borgo, do Omelete, chamou ao palco o artista homenageado. Ninguém menos que Chris Columbus, diretor de Harry Potter e a Pedra Filosofal, Esqueceram de Mim e Uma Babá Quase Perfeita, que entra no palco esbanjando simpatia e carisma.

É a primeira vez do diretor, escritor e produtor no Brasil, mas ele logo diz à plateia que o público brasileiro é o povo mais apaixonado e animado que ele já viu. Após uma salva de palmas, muitos gritos e 5 trechos de seus filmes, a entrevista começa. Columbus conta que seu estilo de fazer cinema não mudou ao longo dos anos, por isso trazem uma nostalgia dos anos 80. Por conta disso, mesmo hoje, como é o caso de Crônicas de Natal, da Netflix, seus filmes ainda têm uma pegada parecida com Esqueceram de Mim.

Sua carreira, na verdade, começou por conta da sua paixão pelos quadrinhos da Marvel. Ao ir para Nova York, viu uma produção gigante e ficou se perguntando "Poxa, quem é o responsável por criar um negócio desses?" e, assim que soube que era um diretor, mudou completamente de rumo.

Ao passar trechos de Harry Potter, o público do auditório vai à loucura. Talvez seja a cena com maior número de aplausos. Borgo então pergunta se Columbus se lembra da primeira vez em que conheceu JK. Rowling "Quando eu consegui o emprego, precisei ir até a Escócia para conhecer a JK. Rowling e eu fiquei muito nervoso, morrendo de medo de estragar tudo e acabar não impressionando-a. Ela foi muito simpática. Eu estava explicando minha visão do filme e ela disse que o enxergava da mesma forma. Se eu ferrasse Harry Potter, eu teria que me esconder na Rússia. Era muita responsabilidade".

Após gravar a continuação, Harry Potter e a Câmara Secreta, Columbus teve de voltar aos Estados Unidos por causa da família, mas recorda ter sido uma experiência incrível. Ao mencionar seu trabalho com a Netflix, produzindo Crônicas de Natal, Columbus contou que teve 3 grandes experiências com atores, sendo um deles Kurt Russell, que está presente no seu mais recente longa. "No momento em que nos conhecemos, nos demos muito bem. Ele é o John Wayne da nossa geração. Gostaria de trabalhar com ele em todos os meus filmes".

Como era de se esperar, Robin Williams faz parte desses 3 atores que tanto fascinaram Columbus. "Ele era um cavalheiro, uma das pessoas mais doces que já conheci. Quando ele atuava, parecia estar possuído por uma entidade divina. Ele improvisava a ponto de nunca repetir a mesma cena".

O artista se abriu e contou ao público sobre uma de suas motivações para ser o grande diretor/produtor/roteirista que é hoje. "Eu sou motivado por um intenso medo de falhar. Quando você falha, isso te faz mais forte. Para mim, me deixa mal por um tempo e depois me dá força para fazer um filme melhor. Estou constantemente aprendendo como ser diretor. Espero trabalhar até meus 80 anos, será um sonho realizado."

Ainda que o auditório não tenha lotado durante o primeiro painel, isso não o tornou menos emocionante. Chris Columbus pôde trazer a nostalgia de seus filmes durante suas falas, emocionando boa parte das pessoas ali presentes.

 

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