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  • Foto do escritorMatheus Mans

Com tramas similares, 'Alien: Covenant' e 'Vida' se enfrentam nos cinemas


Três semanas é o tempo que separa o lançamento do filme Vida com a mais recente estreia do cinema, Alien: Covenant. Pouco tempo de diferença para duas histórias tão parecidas e com tantos elementos em comum. Afinal, ambos os filmes, cada um com seu estilo, mostram a história de alienígenas que buscam sobreviver enquanto matam os humanos — uma fórmula, aliás, que foi consagrada pelo clássico Alien, o Oitavo Passageiro e que agora ganha continuidade com Covenant.

Mas qual será o melhor filme? Alien: Covenant ou Vida? Qual deles mais respeita os principais pontos da ficção científica de terror? Qual possui uma melhor história e qual deles cria um melhor clima de tensão espacial? Abaixo, o Esquina comparou, entre os dois novos filmes espaciais, os cinco aspectos essenciais para o bom funcionamento de uma história de ficção científica de horror. E o placar final você encontra no final deste texto:

Atuações

Em Alien: Covenant, apenas Michael Fassbender brilha em cena, numa repetição de sua boa atuação em Prometheus. Até a esforçada protagonista Katherine Waterston não consegue se aproximar do carisma de Sigourney Weaver, a Tenente Ripley do clássico Alien — O Oitavo Passageiro. No elenco de apoio, poucos destaques: o veterano Billy Crudup, dos ótimos Peixe Grande e Força para Viver, não consegue convencer em seus momentos de tensão e emoção; e Danny McBride diverte como o carismático Tennessee, apesar de ainda não conseguir elevar a carga dramática nos momentos necessários. Enquanto isso, Vida, que tem um elenco mais coeso e afinado, não tem problemas interpretativos: Jake Gyllenhaal e Rebecca Ferguson respeitam seus históricos de boas atuações, enquanto dão suporte para o restante da tripulação crescer dramaticamente — principalmente Ryan Reynolds, num raro e interessante momento de emoção em sua carreira.

Roteiro

Ambos os roteiros, de Covenant e Vida, são pouco originais. Afinal, Vida apenas se vale de recursos narrativos de outros filmes, como o próprio Alien — O Oitavo Passageiro e não avança em novas tramas e possibilidades. No entanto, Alien: Covenant também não conta com novos vislumbres sobre a franquia. Parece mais do mesmo. No final da comparação, porém, Alien sai na frente. Mesmo não tendo mais originalidade do que Vida, a trama é mais coesa e conecta os acontecimentos de Prometheus com O Oitavo Passageiro. Os dois têm erros, mas Alien empolga mais os fãs de ficção científica.

Efeitos especiais

Apesar do orçamento de US$ 100 milhões, Alien: Covenant conta com efeitos especiais com qualidade abaixo do restante das produções do gênero e, em alguns casos, até mesmo causa certa vergonha. Logo nas primeiras cenas, por exemplo, um ser alienígena ataca um humano e fica clara a diferença entre o que é real e o que é efeito especial — um problema grave, já que existem efeitos superiores ao que a cena exigia. Além disso, cenas no espaço lembram 2001 — Uma Odisseia no Espaço, gravado há 50 anos. Enquanto isso, Vida usa efeitos moderados, mas convence em todas as aplicações — principalmente nas cenas envolvendo o alienígena e a tripulação humana da nave.

Alienígena

O alienígena de Covenant já entrou para a história do cinema e assusta por sua simples aparição. Neste novo filme, porém, ele está aquém de todas as suas possibilidades: o Alien se torna apenas um ser sem um objetivo e que ataca todos que aparecem em sua frente. Além disso, sua história de origem é pouco desenvolvida, ao contrário do que era prometido por Ridley Scott. Em Vida, enquanto isso, vemos uma clara transformação do ser, fazendo com que a trama aumente de tensão a cada vez que ele cresce e se transforma. Sem dúvidas, saí com mais medo do alien de Vida do que do ser de Covenant.

Desfecho

Ambos os filmes tentam trabalhar com reviravoltas no final e ambos falham. Tanto em Vida como em Covenant, o desfecho pode ser adivinhado com apenas um pouco de observação e não surpreendem como deveriam. No entanto, ainda assim, Vida consegue deixar a cena mais impactante por conta dos possíveis desdobramentos. Com Covenant, apesar de abrir oportunidades para novas histórias, a cena não permite reflexões e falha em deixar o espectador pensativo sobre o que virá a seguir — afinal, o que se desdobra ali é o que ocasiona a história de O Oitavo Passageiro.

Resultado:

Curiosamente, Vida, que ganhou por 4 quesitos a um, tem muito mais da essência do Alien clássico do que o novo filme de Ridley Scott, que tenta desesperadamente renovar sua franquia. Vida tem suspense, boa trama, um alienígena que dá medo e uma história que fica na cabeça após o fim -- abrindo possibilidades para novos filmes. É muito mais impactante do que Covenant e merece muito mais atenção do público, mesmo não tendo a marca registrada de Scott e da franquia de Alien como um todo. Aqui, criador venceu criatura, em uma mostra de que nem todo clássico deve insistir em renovações e novas sagas. O melhor, muitas vezes, é deixar tramas antigas com suas glórias e abrir espaço para que novas ideias surjam e encantem o público que busca, ansioso, por tramas de ficção científica corajosas como as de antigamente.

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