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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Montana Story' é bom filme sobre luto, família e superação


A dupla de diretores Scott McGehee e David Siegel são ótimos contadores de histórias familiares. Falaram sobre uma mãe protegendo desesperadamente seu filho de uma investigação em Até o Fim, a relação criminosa de irmãos em Suture e, depois, emocionaram com o potente drama sobre separação e guarda de filhos com Pelos Olhos de Maisie.


Agora, eles voltam a falar sobre irmãos, mas com foco no luto e na superação, com o bonito Montana Story -- exibido no Festival de Toronto e, infelizmente, ainda sem data de estreia para o Brasil. Aqui, acompanhamos dois irmãos (Haley Lu Richardson e Owen Teague) que se reencontram no rancho da família após o pai ter um derrame e ficar vivo apenas por aparelhos.


A partir daí, ao longo de quase duas horas de duração, acompanhamos esses dois irmãos em um doloroso processo de luto. Afinal, enquanto o pai dança no penhasco da morte, a dupla pensa no passado, na infância e nas dores que sofreram. Ela por conta da péssima relação, até mesmo abusiva, que tinha com o pai. Ele, por sua vez, por não ter ajudado a irmã a se livrar disso.

É um filme doloroso, que vai revelando camadas delicadas conforme detalhes dessa história familiar vai se revelando. Muito se deve ao trabalho excepcional de Richardson (A Cinco Passos de Você) e Teague (It: A Coisa). Os dois sabem expandir as possibilidades de seus personagens em cena, com momentos realmente emocionantes e que não ficam apenas no lugar-comum.


Há algumas derrapadas e gorduras pro lado da direção de McGehee e Siegel, como por exemplo a história do carro para transportar o cavalo (que se prolonga mais do que deveria) ou subtramas que não avançam muito a história. O filme, em alguns momentos, fica dando voltas em si mesmo. Uma pena, já que a emoção e as atuações elevam a qualidade no geral.


Mas Montana Story, apesar desses tropeços, ainda é um filme de destaque. Dificilmente vai chegar com alguma força na temporada de premiações, ainda que fosse interessante uma indicação para Richardson. Mas é um longa-metragem que deve ganhar alguma tração pelo lado do público, que vai se emocionar e, quem sabe, se enxergar nessa trama de superação.

 

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