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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: '72 Horas Depois' é filme interessante, mas mal executado


Não dá para dizer que a ideia central de 72 Horas Depois, longa-metragem que chegou às plataformas digitais na última quinta-feira, 18, não é boa. Dirigido e roteirizado por Brian Ulrich, o longa-metragem conta a história de um policial (Jack, vivido por Robert Palmer Watkins) que acorda em um domingo de manhã com sua vida virada de pernas pro ar. Tudo está errado.


Outra coisa que está errada é a noção de tempo. Jack não se lembra do que aconteceu com ele na sexta, sábado e domingo. São três dias, 72 horas sem lembranças. Como ele foi parar aí? A partir daí, como num filme de viagem temporal, o nosso protagonista começa a viajar para trás. Acaba o domingo, começa sábado. Acaba o sábado, começa sexta. E ele tentar mudar o destino.


É uma ideia que me surpreendeu e me chamou a atenção desde a primeira batida de olho na sinopse. Oras, é muito boa. Mais do que uma viagem no tempo, Jack fica condicionado à um acontecimento externo de sua compreensão. Ele simplesmente vai andando para trás, vendo as suas oportunidades de salvar a esposa e sobreviver lhe escapando pelas mãos. É bem sacado.

No entanto, Ulrich não poderia ter aproveitado de maneira mais fraca sua própria história. É tudo fora do lugar. Absolutamente tudo. Desde a mixagem e edição de som, com diálogos ficando tons abaixo da trilha sonora, passando por atuações e efeitos especiais deprimentes e até a demora na história em engatar -- para se ter ideia, a viagem temporal surge aos 40 minutos de projeção.


Teria sido muito mais interessante se esse caos temporal começasse desde o minuto zero do longa-metragem. Oras, quer desenvolver seus personagens e mostrar como chegou até ali? Mostre por meio da viagem temporal! Brinque com a narrativa, com os sentidos. O que acontece aqui é uma mistureba de referências e histórias que nunca encontram seu ponto central.


Além disso, toda a passagem do tempo do protagonista indo de trás pra frente fica um pouco confusa. Não há muita clareza no que está acontecendo -- não a ponto de ser tornar um caos como Tenet, mas de maneira mais singular. As coisas se atropelam, há muitos erros de continuidade. Parece uma oportunidade perdida. Pena. Poderia ser a grande surpresa do ano.

 
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