top of page
Buscar
  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'A Barraca do Beijo 2' admite erros, mas é um dos piores filmes da Netflix


Quando A Barraca do Beijo estreou na Netflix, num passado já distante, foi um choque para mim. Afinal, não conhecia nada do livro que inspirou o longa-metragem, não sabia detalhes da história. Assim, encontrei uma produção mequetrefe, tentando enganar um tipo bem específico de público, e que cometia algumas atrocidades no caminho, como a naturalização de abuso.


Agora, nesta sexta-feira, 24, estreia A Barraca do Beijo 2. Uma continuação natural e esperada para um filme que fez barulho -- no bom e no mal sentido -- e que conta com uma legião de fãs ao redor do mundo. A grande dúvida que fica é: será que o longa-metragem continua com os mesmos erros? Será que mudou, aprendeu com as besteiras que fez no passado? Melhorou?


Diferenças entre os filmes de 'A Barraca do Beijo'


A trama de A Barraca do Beijo 2 mostra que o tempo passou. O relacionamento de Elle Evans (Joey King, que nada se parece com a atriz de The Act) se transformou. Agora, está sofrendo com as mudanças que estão ocorrendo no mundo da jovem e de seu namorado mais velho. Mas, além disso, ela ainda conta com novos desafios e decisões a tomar em relação à sua escola.

São dramas adolescentes palpáveis e isso é interessante. Afinal, a legião de pré-adolescentes que amaram o primeiro longa-metragem também envelheceu e também estão com novos desafios -- e se não envelheceram ainda, podem se preparar para esses novos passos ainda em pouco tempo. O filme, assim, acerta ao arrumar o leme do navio e trazer assuntos mais reais.


Além disso, fica evidente que o diretor Vince Marcello (que também comandou o primeiro longa) aprendeu com alguns de seus erros. Fez com que Elle se tornasse um pouco mais consciente dos seus atos, diminuiu um pouco a dependência absurda do namorado mais velho e, inclusive, acrescentou alguma diversidade à trama com a presença de um casal gay. Passos importantes.


Erros de 'A Barraca do Beijo 2'


Apesar de ter arrumado essas besteiras que surgiram do primeiro filme, o longa-metragem continua com bobagens difíceis de engolir. Primeiramente, é inexplicável que o filme tenha mais de duas horas de duração. Não faz sentido algum dentro da proposta de comédia romântica da produção, que se afoga em suas próprias necessidades, desejos e urgências. É muito cansativo.


Além disso, A Barraca do Beijo 2 continua apostando em piadas infantis, bobas e situações pouco plausíveis no seu decorrer, enganando um público que deve ficar maravilhado com o que vai acontecendo. Falta, aqui, trazer mais questionamentos, mais reflexões, mais qualquer coisa. É apenas um amontoado de situações clichês, envolto em jornada óbvia e sem bons momentos.

Obviamente, aqueles que gostaram do primeiro filme dessa franquia vai se deliciar. Vai se emocionar com a jornada emocional de Elle, seu percalços, as novidades que vão surgindo. Mas, de novo: acho prejudicial que essa franquia seja consumida assim, sem grandes considerações e reflexões, trazendo á baila assuntos que deveriam ser tratados com cuidado e atenção.


Conclusão


Por fim, podemos dizer que A Barraca do Beijo 2 aprendeu com a maioria de seus erros. Entendeu os absurdos de naturalizar um relacionamento abusivo e, principalmente, como isso pode ser cruel de naturalizar na vida de jovens adolescentes. No entanto, enquanto admitia esses erros passados, o novo filme da Netflix volta a cometer outras falhas, absurdos, exageros.


É um filme para assistir despretensiosamente e, se possível, se questionando o tempo todo sobre suas motivações. Dessa forma, quem sabe, pode ser um divertimento passageiro para um público que não nutre muitas expectativas com o que vai assistir na tela da Netflix. Mas, de novo: quer uma boa comédia romântica adolescente? Vá ver Para Todos os Garotos que Amei. Melhor.

 
0 comentário
bottom of page