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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'A Família Perfeita', comédia da Netflix, é filme divertidinho - e nada mais


Na sua sina (ou seria gana?) de fazer conteúdos cada vez mais esquecíveis e banais, a Netflix lança nesta semana a comédia espanhola A Família Perfeita. Dirigido por Arantxa Echevarría (de Carmen & Lola), o longa-metragem começa com uma fórmula simples: contar a história de uma sogra (Belén Rueda) que não aceita e não compreende o casamento do filho com uma jovem de classe inferior. Mas, aos poucos, ela vai entrando na vida da família da nora -- e se transforma.


Ainda que comece como uma espécie de A Sogra, filme que coloca a personagem vivida por Jane Fonda como uma megera absoluta, A Família Perfeita acaba seguindo por um caminho um tanto quanto inusitado de descontruir aos poucos essa personagem. Aos poucos, mesmo que ela não perceba exatamente quando, Lúcia (Rueda) vai se encontrando, se descobrindo e, com isso, fazendo com que toda sua família, que se apoiava nela, também ganhe novas camadas.


É um processo interessante abraçado pela diretora Echevarría, que aposta em uma comédia de situações e costumes para fazer rir. Ajuda também a boa disposição de Rueda (O Orfanato), essa diva do cinema espanhol, que se entrega em uma personagem que, nas mãos de uma atriz menos talentosa e entusiasmada, poderia soar banal. Tem até mesmo uma vibe que lembra A Grande Família, com os encontros e desencontros dessa família cerca de mudanças bruscas.


No entanto, a grande questão que fica é: cadê a graça? A diretora já tinha se saído muito bem no drama romântico Carmen & Lúcia, mas claramente a comédia não é sua praia. Ao longo de intermináveis 110 minutos, o longa-metragem parece que não emplaca nenhuma grande piada, nenhum grande momento. Há a comédia de situações e de costumes, como comentado, mas é tão banal e estereotipada que mais causa embaraço do que, de fato, um riso tranquilo e sincero.


Serve, assim como um passatempo para um final de tarde. Você, após um tempo, com certeza não vai lembrar da história, muito menos de qual era o principal objetivo do filme. Mas, nesses 110 minutos, você vai passar um tempo minimamente agradável. E, de novo, caímos naquela discussão: será que a Netflix só consegue fazer filmes pouco memoráveis? A Família Perfeita, afinal, sequer se esforça. E, assim, nos questionamos: até quanto vale pagar por algo assim?

 

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