Hang Sang-soo é um cineasta do banal, do rotineiro. Direciona sua câmera para conversas que parecem não ter nada demais, que sinalizam que podem nem ao menos sair daquele blá-blá-blá sem fim. Sua forma de filmar também vai contra tudo que Hollywood fez ou está fazendo: há cenários compactos, poucos atores, nada de efeitos e até um certo exagero no uso de zooms.
E toda essa linguagem de Sang-soo, já vista em pérolas como Certo Agora, Errado Antes e Na Praia à Noite Sozinha, ganha tons acima de delicadeza com A Mulher que Fugiu. Parte integrante da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o longa-metragem acompanha três atos de uma mesma mulher, interpretada pela musa (e amante) de longa data do cineasta, Kim Min-hee.
No primeiro ato, ela visita uma amiga que se separou e que, agora, vive com outra mulher. É um lugar afastado de tudo e de todos, com montanhas aparecendo na vista da janela. Nessa conversa, como de praxe no cinema do coreano, vamos entendendo um pouco mais sobre quem é a nossa protagonista: é casada, vive há cinco anos com o marido, de quem nunca ficou longe.
No momento que A Mulher que Fugiu se apresenta para o público é, também, a primeira experiência de Gam-hee, a protagonista, sozinha. Não é à toa que busca refúgio, conversas. Depois, ainda visita uma outra amiga solitária em um apartamento e, por fim, tem um encontro casual com uma conhecida num cinema. Encontro este que diz muito sobre Min-hee e Sang-soo.
A partir dessa mistura de encontros, temos um filme denso, apesar de sua aparente sensibilidade, em que a protagonista vai nos dando sinais. Cortou ela própria o cabelo (um dos clichês mais banais de Hollywood, trazido aqui de outra forma), leva álcool para essas reuniões formais e sempre repete a informação de que nunca ficou longe do marido ao longo de 5 anos.
Gam-hee não fugiu, ainda. Está em vias de. Olha para o novo cenário na casa das amigas como quem busca refúgio. Quer mudar de ares, talvez mudar de vida. Sang-soo, como esperado, nunca deixa clara as intenções da personagem, mas as sugere com uma força curiosa. Além disso, não esconde a intenção de mostrar homens arrogantes interrompendo suas conversas.
Ao final, mesmo com tão poucas informações faladas e tanta coisa mostrada nos gestos e na forma de filmar, Gam-hee ganha corpo, forma, personalidade. Sua fuga para outras paisagens pode não ter funcionado por completo (muito por conta de tais homens), mas ela não desiste: tenta se refugiar na imaginação do cinema, em outros universos, quer escapar de vez.
Será que o título, assim, nos fala sobre o que de fato aconteceu após os créditos subirem? Nunca saberemos, se tratando de um dos grandes filmes do cineasta coreano. E nós, meros espectadores desse teatro da vida de Sang-soo, apenas ruminamos ao final da projeção, talvez por horas, sobre essa história tão simples e enxuta, mas que tanto nos provoca e instiga.
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