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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'À Queima-Roupa' é filme de ação genérico, mas eletrizante

Um enfermeiro (Anthony Mackie) está tocando sua vida tranquilamente. Trabalha em um bom hospital, é feliz com sua esposa e está aguardando a chegada de seu herdeiro. No entanto, sua vida vira de cabeça para baixo quando um criminoso (Frank Grillo) é internado no hospital em que trabalha. Ele é suspeito de ter matado um promotor ali da região. O que acontece em seguida, então, é típico dos filmes de ação: o irmão do tal criminoso sequestra a esposa do enfermeiro, grávida. Ele, por sua vez, precisará dar um jeito de tirar o suspeito do próprio hospital para conseguir, em trocar, resgatar a mulher.

Esta é a trama do mirabolante À Queima-Roupa, filme de ação original da Netflix que chegou ao catálogo nesta sexta-feira, 12. Dirigido por Joe Lynch (dos fracos Um Dia de Caos e Um Jogo Lendário), o longa-metragem mostra o que todos esses envolvidos são capazes de fazer em troca de salvar aqueles que amam. Os criminosos, que são irmãos, tentam salvar o que sobra de suas família. O enfermeiro, enquanto isso, arrisca sua moralidade para impedir que o pior aconteça com sua esposa e seu filho. Por fora disso tudo, ainda há a detetive (Marcia Gay Harden) responsável por toda a investigação.

O filme possui alguns aspectos positivos que saltam aos olhos num primeiro momento. Lynch possui uma boa visão da narrativa e sabe como brincar com a câmera nos momentos certos -- uma cena, gravada de maneira circular, por exemplo, é bem feita e criativa. Além disso, a trama, escrita por Adam G. Simon (Synapse), tem lá seus destaques. Há alguns bons dramas humanos, dilemas morais, situações que causam uma boa discussão de quem está assistindo. Ele deveria fazer isso? Ou optar por um caminho mais fácil? Uma reviravolta, no início do terceiro ato, evidencia isso ainda mais.

Os atores, por mais que saibam que não há muito material interessante a ser trabalhado, também fazem bem seus papéis. Mackie (Vingadores: Ultimato), como sempre, faz o papel de bom moço e se sai bem. Poderia ter um pouco mais de vitalidade física nas cenas, mas não atrapalha. A preocupação dele com a esposa parece real. Grillo (A Perseguição) se sai bem como o durão que enfrenta tudo e todos em busca de um objetivo bem específico. Parece ser o único tipo que cabe em sua carreira. Só Marcia Gay Harden (Nevoeiro) que está num papel menor do que sua capacidade. Pode ir além.

De resto, o filme não tem nada mais de destacável, memorável. Não faz muitas coisas erradas, tirando uma ou outra cena clichê demais ou, então, erros de roteiro. O problema é que tudo é genérico demais -- assim como o outro lançamento do dia na Netflix, Sequestrando Stella. Mesmo os arroubos criativos do diretor não fazem com que este filme seja diferenciado. Se a Sessão da Tarde passasse filmes de ação com mortes e tramas de corrupção, À Queima-Roupa poderia inclusive ser uma boa pedida. É a exata medida do que os fãs do gênero podem querer num dia à tarde, sem compromisso.

Dessa maneira, é mais um filme da Netflix que surge no catálogo para fazer volume. Não vai ser um marco no serviço de streaming, nem irá chamar muito a atenção -- apesar do elenco de nome e com Mackie que, a partir agora, vai se valorizar cada vez mais no mercado. É, enfim, uma produção para divertir e para alcançar um público bem específico. Quem busca algo original, vai encontrar apenas ângulos de filmagem diferenciados, um traficante cinéfilo e uma boa reviravolta. De resto, só mais do mesmo.

 

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