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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'A Vida em um Dia 2020' é poesia visual sobre difícil ano para o mundo


Foi em 2011 que estreou A Vida em um Dia, um interessante experimento social que compilava uma série de vídeos feitos por pessoas aleatórias, ao redor do mundo, mostrando aspectos do cotidiano. Agora, dez anos depois, mais um capítulo dessa ideia chega às telas com A Vida em Um Dia 2020, que mostra exatamente imagens feitas de novo por pessoas comuns do dia a dia.


O resultado, comandado pelo cineasta Kevin Macdonald, é uma janela para o mundo. Ao longo de 90 minutos, o longa-metragem nos coloca em uma montanha-russa de emoções, como é a vida real. Há namoros feitos e desfeitos, tristezas e alegrias, pedidos de casamento aceitos e recusados, viagens e frustrações. É como se um álbum visual do mundo, em 2020, se abrisse.


O mais interessante é notar como todas aquelas gravações foram feitas em um único dia. Tudo em 25 de julho de 2020. Dessa forma, é possível perceber como o mundo é intrigante, complexo, desafiador. Algumas pessoas estavam passando por momentos duros da quarentena, outras pareciam não ter nada a ver com isso. Umas estavam no meio do nada, outros no meio do caos.

A diversidade, dessa forma, é o motor narrativa do longa-metragem. Afinal, a incrível edição da produção -- que merece, sem dúvida alguma, uma indicação na temporada de premiações -- sintetiza com precisão essa multiplicidade. Em alguns momentos, acompanhamos a explosão do esporte. Depois, o arfar do amor. Em outros momentos, mergulhamos nas dores e frustrações.


É quase que uma orquestra sendo afinada com 300 mil componentes de mais de 190 países. É isso, afinal, o montante de vídeos recebidos pelo projeto, que chega de forma gratuita ao YouTube no próximo sábado, 6. Um projeto gigantesco, ainda maior e mais ousado do que o filme de 2011, e que novamente se converte também em um experimento social e antropológico.


Enfim, é um dos grandes filmes do ano. Emocionante, forte, potente, ousado, criativo. Fica alguns degraus abaixo do primeiro filme, principalmente no quesito do ritmo. Mas, ainda assim, talvez seja um dos filmes mais importantes lançados recentemente, já que é uma janela hoje da sociedade para o mundo. No futuro, será um portal que levará o espectador pra outros tempos.

 
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