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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Alice e Peter' acerta na estética, mas erra no roteiro


Não é só a Disney que tenta dar um formato de carne e osso para clássicas histórias infantis. Depois de produções como Wendy, Espelho, Espelho Meu e Branca de Neve e o Caçador, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 3, mais uma adaptação em live-action de contos de fadas tradicionais. Desta vez é Alice e Peter, filme que mira nas histórias de Alice e Peter Pan.


Dirigido por Brenda Chapman, cineasta por trás de Valente, o longa-metragem é uma espécie de Labirinto do Fauno para pré-adolescentes. Afinal, pra contar a história de origem dos personagens de Alice no País das Maravilhas e de Peter Pan, conhecemos a história de duas crianças (Keira Chansa e Jordan A. Nash) e de seus pais (Angelina Jolie e David Oyelowo).


Eles vivem numa cenário bucólico, em que as florestas no quintal de casa servem como cenário de aventuras nascidas na imaginação -- luta de espadas, o barco que abriga piratas e por aí vai. As coisas desandam, porém, quando a morte bate à porta. O luto recai sobre essa família. Dessa forma, as duas crianças entram ainda mais no mundo da imaginação para escapar da dor.

A premissa é interessante, assim como o visual adotado por Chapman. A trilha sonora quase toda feita na flauta, com fortes tons medievais, ajudam a levantar a ambientação de Alice e Peter. O mesmo vale para a maravilhosa estética do design de produção, que vai acrescentando toques dessas histórias em pequenos detalhes enquanto a história dos irmãos é contada.


No entanto, o roteiro de Marissa Kate Goodhill, estreante em longas, derruba qualquer oportunidade do filme crescer em força e importância. Lento, confuso e contemplativo demais, parece que não há espaço para a imaginação do espectador -- que fica ali servindo apenas como o público da imaginação de terceiros, sem nunca ser realmente provocado e instigado.


Falta coesão e coerência na forma que a trama é levada, narrada, explorada. Nem mesmo as boas atuações de Chansa, Nash, Jolie e Oyelowo ajudam a alavancar o roteiro -- com o acréscimo de que os pais dos jovens protagonistas não contam com química alguma como um casal. A ideia toda é muito boa, bem produzida, mas falta mais cuidado na forma que é contada.


Lá pro final, a história se perde completamente em divagações que não contribuem exatamente para a compreensão do todo. Até mesmo o excesso de referências aos contos originais, por exemplo, acabam mais inchando a trama do que contribuindo para o avançar da mesma. Fica chato, fica cansativo, fica complicado. E Alice e Peter termina sem encontrar o seu público.

 
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