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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Amsterdam' apenas comprova falta de talento de David O. Russell


É inacreditável que David O. Russell continue tendo tanto espaço em Hollywood mesmo depois de tudo. Tudo? Sim, tudo. Há um vídeo do diretor gritando com Lily Tomlin enquanto filmava Huckabees: A Vida é uma Comédia. Também há boatos de que ele teria trocado sopapos com George Clooney nas filmagens de Três Reis e, ainda, de que foi agressivo com Amy Adams em Trapaça. Mas o pior de tudo: ele é um péssimo diretor, como vemos de novo em Amsterdam.


Estreia desta quinta-feira, 6, nos cinemas, o longa-metragem é essencialmente um filme de conspiração. Passado nos anos 1930, o filme fala sobre dois amigos (Christian Bale e John David Washington) que presenciam o assassinato da filha de um amigo, também morto. A partir daí, sem querer, entram em uma espiral de acontecimentos – que vai desde a relação com dois estranhos policiais, a amizade com Margot Robbie, a história de um general e por aí vai.


O grande problema dessa história é que ela é absolutamente insuportável. Assim como já vimos em Joy e Trapaça, Russell sabe reunir grandes elencos -- ele também é produtor, além de roteirista e diretor. No entanto, com tantos personagens, ele não sabe construir uma história que seja interessante e saborosa. Se perde em vários personagens, em muitas ideias, em caminhos que nem sempre funcionam. Isso sem falar de atores que estão ali apenas por uma única piada.

Andrea Riseborough, Anya Taylor-Joy, Matthias Schoenaerts, Chris Rock, Mike Myers, Michael Shannon, Timothy Olyphant, Taylor Swift e Zoe Saldana estão desperdiçados em personagens que não servem para absolutamente nada. A maioria deles poderia apenas sumir que nada aconteceria com o filme. O trio principal (Bale, Washington e Robbie) está bem, mas também não consegue se sustentar -- são personagens que não passam qualquer emoção, qualquer vínculo.


A única coisa que realmente está viva ali é a fotografia, do sempre excepcional Emmanuel Lubezki (Filhos da Esperança, Gravidade). Ele consegue passar uma aura solar, criando ainda mais a ambientação do filme. Mas isso não é o bastante para eclipsar todos os erros do filme.


Com isso, Amsterdam se torna uma sopa. Daquelas aguadas, pouco saborosas, sem vida. Vários personagens sem qualquer conexão com o público, uma história de conspiração que não se sustenta e não causa absolutamente nada, apesar da mensagem que tenta passar sobre poderes obscuros e que correm nas sombras -- em uma correlação direta com os tempos de hoje no Brasil. É uma direção ruim, que não tem brilho. David O. Russel, melhor fazer outra coisa.

 

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