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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Anna Karina, Para Você Lembrar' peca pela falta de sentimentos


Anna Karina se tornou uma lenda. De origem dinamarquesa, a atriz foi do lixo ao luxo. Se tornou musa e esposa de Jean-Luc Godard, musa da Nouvelle Vague, inspiração na França. Rapidamente, porém, saiu da frente das câmeras e fez história ao ser uma das primeiras mulheres a comandar um filme. Morta em 2019, aos 79 anos, deixou uma história brilhante.


E agora, grande parte dessa belíssima jornada é retratada em Anna Karina, Para Você Lembrar, documentário média-metragem de Dennis Berry e que abre o Festival Internacional de Cinema de Brasília (BIFF). Em tom biográfico, o diretor também serve como narrador ao detalhar trechos e aspectos da vida e profissão Anna Karina -- que, também, era esposa do diretor até sua morte.


Ao contrário de Babenco, em que Bárbara Paz faz uma verdadeira carta de despedida ao marido Hector Babenco, Anna Karina, Para Você Lembrar só assume o tom íntimo e pessoal no último minuto de rodagem. No restante do tempo, Berry se dedica a falar de maneira técnica, quase distante, dos feitos de sua biografada. É praticamente a leitura de um verbete da Wikipédia.

Não há detalhes, não há pequenas histórias, não há bastidores, não há "causos". É tudo ali, preto no branco, sem tempero e sem sabor. Qualquer um poderia ter escrito o roteiro do média.


Além disso, há uma falta de respeito que incomoda. Anna Karina era viva na época da filmagem do documentário. Não é à toa que dá entrevistas à Berry, assiste cenas num cinema vazio. Mas isso, por mais estranho que seja, é absolutamente subutilizado na narrativa. Anna é deixada de lado, quase sem vida. E Berry, claro, sabia que na época ela lutava contra um câncer avançado.


Assim, por mais que os trechos de filmes empolguem e emocionem, dando vontade de visitar e revisitar toda obra da atriz, falta intimidade, falta sabor, falta um melhor aproveitamento. Talvez seja culpa da falta de experiência do cineasta com esse tipo de obra -- em sua filmografia, há a direção de séries como Highlander. Documentário só regular, mas que poderia ser excelente.


OBS.: O 'Esquina' está fazendo a cobertura completa do 7º Festival Internacional de Cinema de Brasília (BIFF), que acontece totalmente online. Acompanhe-nos para mais atualizações.


 
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