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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Asterix e o Segredo da Poção Mágica' é boa animação


As histórias da dupla Asterix e Obelix já tomou conta da memória popular. Por meio de quadrinhos, desenhos e filmes, os dois guerreiros gauleses enfrentam desafios que atravessam gerações e se fazem atuais. Agora, mais um filme da dupla chega aos cinemas com o divertido Asterix e o Segredo da Poção. Ainda que exagere aqui e ali, o longa-metragem acerta ao trazer uma trama dinâmica, bem-humorada e que, apesar de repaginada, honra a origem desses dois personagens tão marcantes e representativos.

O filme acompanha um novo momento na vida de Panoramix, o velho druida que sofre um acidente e percebe que é hora de assegurar o futuro da vila em que mora com Obelix, Asterix e afins. Acompanhado pela dupla, ele começa a busca por um jovem druida para transmitir o segredo da poção mágica. No entanto, até chegar ao seu objetivo final, eles terão que passar por uma série de pessoas pouco preparadas e que nem ao menos conseguem preparar uma poção que não exploda. E, ainda por cima, Panoramix terá que enfrentar um antigo e perigoso rival nessa sua jornada.

Dirigido pela dupla Alexandre Astier e Louis Clichy (roteirista e diretor, respectivamente, de Asterix e o Domínio dos Deuses), o longa-metragem mostra como essa nova fase de Asterix e Obelix está bem definida. Além do visual ser totalmente baseado no 3D, o desenho traz aspectos modernos nessa trama que já atravessa gerações. A história está mais dinâmica e os desafios são contemporâneos. Neste aqui, há até o monstro gigante que ameaça os protagonistas -- algo que, anteriormente, não era visto na franquia.

Ainda assim, porém, Asterix e o Segredo da Poção mantém a nostalgia natural de seu desenho. Personagens se misturam e trazem situações divertidíssimas. Obelix está um pouco apagado, mas Asterix ainda chama a atenção e diverte. Panoramix, aqui, claro, recebe bem mais atenção e consegue ir além. Junto à ele, os aprendizes de druidas também divertem -- inclusive os nomes, que brincam com coisas sonoramente parecidas, como Netflix. É interessante ver as características de cada um deles na tela.

Vale ressaltar, porém, que nem tudo funciona. Algumas situações são forçadas e a série ainda tem um problema grave em se modernizar sem ser didática. Afinal, será que uma criança, que acabou de conhecer os personagens, vai logo embarcar na ideia de uma vila gaulesa com druidas e coisas do tipo? Exige uma explicação, que não existe aqui, mas que iria afastar os fãs mais velhos. É algo que ainda não foi resolvido. Além disso, Gregório Duvivier não funcionou como dublador de Asterix. Faltou personalidade.

Assim, é um filme que diverte, faz rir, causa nostalgia e mostra como os produtores por trás da franquia estão atentos às mudanças do mercado. Asterix e Obelix ainda não estão totalmente imersos no que crianças do mundo inteiro estão buscando -- na sessão que o Esquina assistiu, não havia crianças, apenas idosos saudosos das histórias de Asterix. Faltam alguns elementos, uma modernização mais radical em outros. Mas o caminho está sendo trilhado e é louvável. É um filme que, sem dúvidas, vai agradar.

* Este filme foi assistido durante a cobertura especial para o Festival Varilux de Cinema Francês 2019.

 
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