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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Através da Minha Janela', da Netflix, é mais um romance erótico bobo e artificial


Apesar de seus inúmeros defeitos, 50 Tons de Cinza foi um sucesso estrondoso que colocou o romance erótico em evidência nos cinemas, após anos de sucesso nas listas de livros mais vendidos. Rendeu uma trilogia e, é claro, passou a influenciar a produção de filmes românticos e com pegada erótica ao redor do mundo: desde o adolescente After até o tosco 365 dni.


Agora, a Netflix faz mais uma aposta no subgênero com o fraquíssimo Através da Minha Janela. Produção espanhola, o longa-metragem é a adaptação de uma fanfic escrita pela autora Ariana Godoy no Wattpad. E, sendo uma fanfic, já se sabe que a produção conta com todos elementos desses filmes: homens perfeitos, encontro desencontrado, meninas sem jeito e por aí vai.


Aqui, especificamente, a história se concentra na jornada de Raquel (Clara Galle), uma jovem que tem um interesse amoroso em seu vizinho Ares (Julio Peña) -- sim, o vizinho, assim como todos seus irmãos, possuem nomes de divindades gregas. A relação dos dois começa a se estreitar, porém, quando Ares rouba a senha do Wi-Fi da protagonista. É uma relação carnal e passional.


Enquanto a estreante Galle se esforça para ir além do papel óbvio de menina bonitinha e sem outros atributos, Peña é um desastre. Forçado, artificial, brega. Não há verdade em sua atuação, prejudicando o todo. Do outro lado, o diretor Marçal Forés tenta equilibrar os personagens em uma narrativa que tem seus momentos simpáticos, mas que predomina a artificialidade.


Essa questão da falta de naturalidade, aliás, se infiltra em todo o longa-metragem. Pelo que li em comentários de pessoas que leram a obra de Ariana Godoy, o roteiro de Eduard Sola até corre atrás do prejuízo. No entanto, não adianta: as relações são artificias e a situação como um todo não encaixa. Nomes de deuses gregos? Sério? Do começo ao fim, nada é natural, honesto.


Através da Minha Janela pode até agradar fãs de After, 50 Tons de Cinza e 365 dni. No entanto, não vai além disso. É um filme forçado, que apenas tenta navegar em uma onda de sucesso inexplicável. Será que não podemos ter histórias de romances eróticos que realmente tenham algo a dizer? Pelo menos uma única coisa? Sinceramente, já deu de filmes tão ocos e sem vida.

 

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