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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Bons Companheiros' é retorno marcante de Jackie Chan aos cinemas brasileiros


Jackie Chan nunca esteve, de fato, longe das telas. O astro chinês, na verdade, resolveu se afastar um pouco do cinema de Hollywood, onde estava descontente -- falei com ele sobre isso no Filmelier, há algum tempo. Por isso, não podemos dizer que Bons Companheiros, estreia dos cinemas nesta quinta-feira, 12, é a "volta de Chan". Mas o retorno dele aos cinemas brasileiros.


Afinal, nos últimos anos, o astro resolveu focar no cinema chinês e nenhum desses filmes teve distribuição na tela grande, apenas na pequena. Por isso é interessante notar como o longa-metragem é um retorno mais do que marcante. Apesar da história bobinha, típica de um filme da Sessão da Tarde, consegue emocionar e, acima de tudo, homenagear a carreira de Chan.


Dirigido e roteirizado por Larry Yang (My Other Home), o longa-metragem conta a história de Luo (Jackie Chan), um dublê que volta aos holofotes por conta de uma confusão na rua -- e, principalmente, por conta de seu talentoso cavalo dublê. No entanto, nesse retorno, ele precisará enfrentar duas coisas: a velhice, inevitável; um processo que quer tirar seu cavalo; e a relação com a filha, que estava bastante estremecida, mas que ganha um novo fôlego nesse seu retorno.

Longo demais, com pouco mais de duas horas de duração, o longa-metragem acaba exagerando na dose -- muitas piadas são repetidas várias vezes, algumas são desnecessárias (como uma logo no começo, envolvendo uma mão que "escorrega" de Jackie Chan), e o filme demora demais a engrenar. Fica a sensação, logo de cara, de que Bons Companheiros não tem muito a dizer.


Mas, conforme o filme avança, as coisas vão melhorando aos poucos. Primeiramente, o humor vai ficando menos forçado e fica natural. As cenas de Chan como dublê são um destaque a mais: dá uma sensação genuína de nostalgia, vendo o ator chinês em sequências cheias de energia.


Mas o coração do filme está, de fato, nos últimos 20 ou 30 minutos. É quando toda a essência do longa-metragem se concentra, falando sobre o passado de Jackie Chan (a cena dele revendo suas cenas é maravilhoso; não à toa, viralizou nas redes) e, principalmente, quando há o desfecho do cavalo -- uma garotinha na minha frente, na sessão de pré-estreia, chorou copiosamente, pedindo ajuda para que a mãe salvasse o cavalo. Mostra que há verdade aqui.


Só fica um agosto amargo na boca ao pensar sobre como o filme fala da relação de pai e filha com toda a situação envolvendo Jackie Chan e sua filha no mundo real. Para quem não sabe, ele expulsou a filha de casa por homofobia -- dizem que ela chegou a morar na rua. Aí fica difícil.

 

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