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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Brinquedo Assassino' faz boa releitura do brinquedo Chucky


O boneco ruivo Chucky surgiu, lá na década de 1980, como uma paródia muito bem-humorada dos filmes slashers que faziam sucesso. Era uma bobagem muito divertida. Não é à toa que gerou duas sequências, uma tentativa de remake (O Culto de Chucky) e spin-offs envolvendo uma versão feminina da criatura. Mas o fato é que apenas o primeiro, lá de 1988, prestava. Agora, porém, Chucky ganhou uma nova reinterpretação. Mais atual, conectada. E, felizmente, tem um resultado parecido com o início de tudo.

Brinquedo Assassino, que chega aos cinemas nesta quinta, 22, pelas mãos do diretor Lars Klevberg (do fraquíssimo Morte Instantânea), reimagina a criatura de uma maneira quase completa. Ao invés de ser um mero brinquedo, Chucky é um ser conectado que consegue controlar tudo numa casa. E mais: como no episódio de Black Mirror com a participação da cantora Miley Cyrus, ele também serve como companheiro, amigo, confidente. Chucky, que tem o nome oficial de Buddie, é o "verdadeiro amigão".

A partir disso, Brinquedo Assassino se desenvolve em cima de dois pilares. O primeiro é de um terror que não se leva a sério em momento algum. Assusta aqui e ali, mas Klevberg sabe a hora de parar. Vai agradar aqueles grupos de adolescentes que buscam um terror que não é tão terror assim... Já o outro pilar é o humor escrachado, que já começa na aparência bizarra do boneco e caminha até situações completamente non sense -- como uma cabeça enfeitando uma melancia ou o Chucky passeando por aí.

É um filme que vai na contramão de tudo que foi produzido sobre o brinquedo assassino depois de 1988. Os outros filmes parece que esqueceram da paródia, da brincadeira, da piada. Tornou-se algo sério demais, frígido demais. Felizmente, agora, o roteirista Tyler Burton Smith (que trabalhou no roteiro do videogame Sleeping Dogs) se voltou para a essência, para o que fez o boneco ruivo fazer sucesso. É a fórmula perfeita, junto com a modernização da criatura, para fazer com que o Chucky assuste outras gerações.

Outro bom destaque é o elenco. A lindíssima Aubrey Plaza (Tirando o Atraso) entendeu sua personagem, uma mãe preocupada com a solidão de seu filho e que dá o Buddie para o garoto. Soube dosar as diferentes emoções que a circundam -- sem se levar a sério demais, claro. Gabriel Bateman (Quando as Luzes se Apagam) se mostra, mais uma vez, como uma das promessas dessa nova geração. Vai bem como "melhor amigo" do Chucky. E, por fim, aplausos para Mark Hamill (Star Wars) emprestando sua voz ao boneco assassino. Que grande trabalho de dublagem, tal qual feito com o Coringa.

Assim, dessa maneira, Brinquedo Assassino é um boa surpresa. Obviamente, não é um grande filme. Tem suas limitações, seus problemas. Mas ele compreende tão bem suas limitações e o seu papel como filme de terror, que o resultado é mais do que positivo. As gargalhadas estão ali, o gore é mais presente do que nunca -- aliás, prepare-se para algumas cenas de revirar o estômago. Boa surpresa. Tomara que continue assim.

 

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