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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Cidade de Mentiras' é filme que não encontra seu propósito


Que filme mais estranho é esse Cidade de Mentiras, produção que chega ao video on demand brasileiro nesta quarta-feira, 26, em canais como NOW, iTunes, Google Play e YouTube. Dirigido por Brad Furman (dos bons Conexão Escobar e O Poder e a Lei), o longa-metragem se propõe a contar pedaços da investigação que se debruçou sobre o assassinato do rapper Notorious B.I.G.


No entanto, quem já conhece essa história, que foi inclusive relatada recentemente em um bom documentário da Netflix, sabe que não tem solução. Mataram B.I.G. e nunca mais acharam o responsável -- apesar de suspeitas. Oras, então como fazer um filme sobre isso? Furman, assim, faz a adaptação de um livro de não-ficção, uma reportagem, que tentar achar o fio da meada.


Assim, ao longo de mais de 100 minutos, acompanhamos um jornalista (Forest Whitaker, sempre bem em cena) que tenta recuperar a história mesmo 20 anos depois. Como ponto de partida, ele começa a estreitar relações com um investigador da polícia (Johnny Depp, cada vez mais apagado em seus personagens) que ficou obcecado com o caso e com a investigação.

O problema é que, faltando qualquer história sobre o assassinato de B.I.G. em si, Cidade de Mentiras acaba focando na história desses dois personagens -- que não é, nem de perto, tão interessante quanto o que tinha sido proposto até então. Além disso, há elementos demais envolvidos: os dois protagonistas, histórias paralelas de crimes, violências e por aí vai.


Falta algo que dê a união necessária para todas essas histórias e que desperte realmente o interesse no espectador -- apesar do bom desempenho de Whitaker (O Último Rei da Escócia). Não há química entre ele e Depp, assim como a narrativa não tem uma boa embalagem. Há excesso de flashback, certa dificuldade em acompanhar tudo e juntar os significados.


Além disso, o fato de sabermos como tudo termina, com o acréscimo de não ter uma solução pra história central, desanima mais. Furman já mostrou que sabe contar histórias policiais, mas aqui faltou vigor, faltou uma história mais interessante, faltou uma narrativa mais intensa. Parece um filme policial feito do jeito que dava, como dava. Ficou faltando a emoção necessária.

 
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