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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Como Virei Gângster', da Netflix, é filme sem graça e sem vida


Confesso que foi difícil, bem difícil chegar ao final de Como Virei Gângster, filme que estreou na Netflix nesta quarta-feira, 4. Dirigido por Maciej Kawulski (de Underdog), o longa-metragem é, em essência, exatamente o que o título sugere: a história de como um rapaz se tornou um importante gângster. Mas, ao contrário de tudo que poderia ser, o filme é chato. Muito chato.


Mas vamos por partes. Vamos começar pelo primeiro ponto: a jornada do gângster (Marcin Kowalczyk) não poderia ser mais pálida. O roteiro, assinado por Krzysztof Gureczny (do também fraquíssimo Como Me Apaixonei Por um Gângster, outra produção da Netflix), nunca desafia o espectador, nunca busca mostrar como a história de um gângster pode ir além do óbvio.


A narração do próprio Kowalczyk ressalta sempre o óbvio e é praticamente ininterrupta. Fala o tempo todo. Ao invés de mostrar emoções do personagem com ações, tudo é resumido ao que o personagem narra. Muitas falas também são dispensáveis. Ele diz que os pais pensam que ele trabalha em uma oficina e, logo depois, o pai diz que ele precisa sair desse trabalho. Pra que?


O visual também não poderia ser mais óbvio. Tomando de inspiração o estilo de Guy Ritchie (Snatch: Porcos e Diamantes, Aladdin), o diretor Maciej Kawulski tenta transformar tudo em um estilo de filme engraçadinho, despojado. Mas não funciona: tudo isso parece um mexidão de ideias que, sem vida, deixa tudo muito chato -- além de não conseguir nem sobra de Ritchie.


O pior, porém, é a falta de originalidade em tudo isso. A falta de alma mesmo. A sensação é de que Kawulski assistiu aos melhores filmes sobre gângsteres e máfia (Scarface, Os Intocáveis, Os Bons Companheiros, Cassino, Os Infiltrados), colocou tudo o que entendeu sobre, colocou em um liquidificador e o resultado são essas mais de 2h de filmes que temos disponível na Netflix.


O problema disso, para além do tom genérico de Como Virei Gângster, é que Kawulski parece não ter compreendido tão bem como se dão essas histórias. O personagem principal, apesar de mafioso, é frequentemente tratado como se fosse um herói da vida real, salvando a Polônia de bandidos. Apenas não dá para embarcar na ideia, na história, nos personagens. Muito ruim.

 

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