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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: ‘Conspiração Terrorista’ perde grande elenco em trama clichê


Conspiração Terrorista é um filme que tem, em seu elenco, John Malkovich (A Troca), Noomi Rapace (Millenium, o sueco), Michael Douglas (Um Dia de Fúria), Toni Collette (Sexto Sentido) e Orlando Bloom (Senhor dos Anéis). É um elenco de ponta e que pode despertar sonhos nos cineastas mais novos. Só que o veterano Michael Apted (007: O Mundo não é o Bastante) não aproveitou seus atores em Conspiração Terrorista, onde aposta num longa de clichês e sem brilho.

A história do filme, que é produzido pela Netflix, é algo que já foi vista em outras dezenas de suspenses de intriga internacional: uma agente da CIA (Noomi) precisa voltar à campo para interrogar um suspeito de terrorismo. No entanto, no meio do processo, ela descobre que o órgão de investigação está contaminado e conta com informantes infiltrados. Ela, então, irá se desdobrar pra sobreviver e mostrar que não é culpada. Algo muito parecido com o filme Sentinela.

Os erros aqui são muitos e voltam a despertar as grandes dúvidas: Netflix faz tantos filmes ruins porque não sabem fazer filmes bons? Ou será que é tanto dinheiro rolando por lá que nem há controle de qualidade? Pois nada explica essa bomba. Michael Apted, que teve como ápice da carreira o filme do 007 e o mediano As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada, mostra que é um cineasta mediano e que não sabe ousar com planos, câmeras e nada mais.

O filme é extremamente formulaico e o roteiro, assinado por Peter O'Brien (que roteirizou o game Halo: Reach), tenta se fazer de complexo, mas não passa de um amontado de tramas e situações vistas em outros filmes. A intriga por trás da personagem de Noomi é tão óbvia que o suspense se torna cômico. Mas, pelo menos, se leva a sério. John Malkovich e o ótimo Michael Douglas estão perdidos e sem ter o que fazer. Orlando Bloom só falta rir em cena e perguntar o que está fazendo.

O que salva o filme de um desastre total são um punhado de cenas de ação. Ainda que não sejam a salvação de Apted, que continua sendo um diretor risível, Conspiração Terrorista ganha alguns pontos na edição que ajuda o espectador a prestar um pouco de atenção na história e a parar de perguntar o que está fazendo ao ver aquele longa-metragem sem pé, nem cabeça. Falta coragem, ousadia, criatividade. Falta filme em uma produção com um elenco tão bom.

Conspiração Terrorista, no final, parece um filme policial saído diretamente dos anos 1990 sem nenhum atrativo ao público atual. Quer um bom filme de espionagem recente? Vá ver Atomic Blonde, Decisão de Risco e até O Estrangeiro, que não é tão bom, mas que diverte e faz passar o tempo. Esse filme da Netflix, infelizmente, serve apenas para algumas boas e interessantes cenas de ação e para desperdiçar um elenco de ponta. E claro, voltar para a pergunta: o que a Netflix tá fazendo?

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