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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Corgi: Top Dog' é animação fraca que tenta se sustentar em referências


Até agora, o ano de 2019 não está sendo muito feliz no segmento de animações nos cinemas. Tudo bem que Toy Story 4 levou as pessoas às lágrimas no mundo todo e que Tito e os Pássaros se tornou um marco no cinema nacional. No entanto, de resto, nada mais interessante. E Corgi: Top Dog, apesar de todo potencial, infelizmente entra pra segunda lista. É um filme morno, de roteiro fraco, e que não consegue se sustentar.

A trama da animação acompanha a história de Rex, o novo cachorro da raça Corgi e que é o queridinho da Rainha Elizabeth -- monarca, aliás, que é fascinada pela raça na vida real. No entanto, apesar da vida boa que leva, o pequeno melhor amigo da Rainha acaba tendo que enfrentar uma dura adversidade quando um amigo o trapaceia. Tudo para se tornar, enfim, 'top dog'. A partir daí, Rex precisará sobreviver nas ruas frias de Londres.

O filme é dirigido pela dupla Vincent Kesteloot e Ben Stassen (do fraquinho As Aventuras de Robinson Crusoé) e tem como principais pilares duas coisas: referências à cultura popular e fofura. Sobre o primeiro ponto, é algo que começa divertido, com a participação "especial" de Donald Trump, mas que acaba caindo em maneirismos que não devem fazer ninguém rir no cinema. Crianças não entendem, adultos se entediam.

O segundo ponto é o que mais funciona. Os Corgis são naturalmente fofos, por serem gordinhos e com pernas curtas. É difícil não criar empatia, logo de cara, com Rex e cia.

No entanto, assim que se passam esses dois pilares, muitos defeitos são encontrados no filme. O primeiro, e mais gritante, é a fragilidade do roteiro de Rob Sprackling e John R. Smith (do também fraco Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim). A história em si é absurdamente óbvia e não deve surpreender nem uma criança de 5 anos. Além disso, os diálogos são artificiais demais. Incomoda. Uma criança um pouco mais velha já percebe.

Além disso, a dublagem brasileira está surpreendentemente ruim. O ator-mirim João Guilherme é quem faz o protagonista Rex e, em algumas partes, é sofrível o trabalho de voz. A maioria dos coadjuvantes possui mais qualidade na hora da interpretação.

Por fim, vale ressaltar que a animação é interessante e aqui e ali -- como a caricatura que constroem da Rainha, do Príncipe Philipp e de Donald Trump. Mas, no geral, é muito mal acabada. A maioria dos cachorros, com exceção dos Corgis, parece que não tem pelos. E há artificialidade nos movimentos. Parece que faltou orçamento no final da produção e, dessa maneira, acabaram economizando na finalização desses efeitos.

Corgi: Top Dog é mais uma animação que entra num hall de produções infantis esquecíveis e pouco interessantes de 2019. Não é memorável, não é original, não é interessante. Crianças bem pequenas podem gostar, além de alguns adultos procurando uma diversão sem muitas preocupações. Mas o resto do público deve se entediar com referências pops baratas, personagem mal escritos e uma história pra lá de óbvia.

 

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