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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: Documentário busca contar a história de Jair Rodrigues


Jair Rodrigues é um dos maiores cantores da história da música brasileira. Ponto final. Não tem discussão. Sua voz imponente, seu jeito extrovertido e o apreço por todas as músicas que cantava ajudaram a consolidar sua potência no palco, nos discos, na televisão. Era um daqueles músicos completos, que encantavam e hipnotizavam quando soltava sua voz.


Por isso, esperava muito de Jair Rodrigues: Deixa que Digam, selecionado e exibido no É Tudo Verdade 2020. Dirigido por Rubens Rewald (do divertidíssimo Super Nada), o longa-metragem é daqueles filmes que buscam contar a história de seu biografado sem se afetar muito ou ousar demais. São entrevistas, imagens de arquivo e até reconstruções.


Até certo ponto, isso funciona em Jair Rodrigues: Deixa que Digam. Afinal, o cantor tinha muita presença e as imagens de arquivo ajudam a levantar o longa -- uma sequência em especial dele em um show, no qual mergulha na plateia, é magnética. Além disso, alguns dos depoimentos ajudam na construção da personalidade do cantor, como filhos e esposa.

No entanto, que bagunça inacreditável é a edição do filme. Com tanto material e tantas possibilidades, parece que os editores do filme se perdem. Não conseguem encontrar uma linha narrativa, algo que leve o espectador pelos meandros da história de Jair Rodrigues. É tudo muito disperso, pouco coeso. As coisas não se encaixam e o filme nunca engata.


Eu mesmo, fã incondicional de Jair Rodrigues e assíduo de seus shows lá pelos anos de 2010, me emocionei pouco. Fiquei arrepiado em uma cena, um pouco mais emocionado em outra. Foi estranho. Queria gostar e me empolgar, como aconteceu recentemente em Me Chama Que Eu Vou, mas não aconteceu. Fiquei mais esperando por algo do que vivendo.


E isso é uma pena. Ainda que Jair Rodrigues seja tratado com o respeito que merece, não há a potência e a alegria do cantor no filme. Falta aquele dinamismo que ele próprio promoveu nos palcos. Talvez menos entrevistas ajudassem. Ou, ainda, usar a “reconstrução” do filho como guia narrativo. Faltou algo, enfim. Poderia ter sido melhor.

 
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